Repugnantes são as pessoas, que voluntariamente impõem a si dores físicas e privações, para assim se tornarem agradáveis a Deus! Todas elas jamais alcançarão o reino do céu!
Ao invés de se alegrar com a bela Criação, como agradecimento pela sua existência, martirizam e torturam da maneira mais criminosa o corpo muitas vezes anteriormente sadio, ou prejudicam-no com uma carga intencional de múltiplas privações, renúncias, somente... para nisso parecerem grandes diante dos seres humanos ou perante si mesmas, para satisfação própria e enaltecimento próprio, na ilusória consciência de uma ação toda especial.
Tudo isso é, pois, apenas uma má e repugnante excrescência de uma grande presunção da mais baixa espécie! O desejo de sobressair a todo custo! Trata-se aí, quase sempre, de pessoas que estão convencidas de que de outro modo jamais conseguirão colocar-se em evidência. Que, portanto, intuem perfeitamente que são incapazes de realizar algo grande e, com isso, sobressaírem-se. São as convictas da própria pequenez.
Enganando-se a si próprias, imaginam a convicção de sua pequenez como sendo humildade! Mas ela não o é; pois logo comprovam isso pelo desejo de se evidenciar. Somente a presunção e a vaidade impulsionam-nas para coisas tão repugnantes. Não são devotas, ou humildes servas de Deus, não se deve considerá-las como santas, mas sim apenas como pecadoras intencionais! Como tais, que ainda esperam admiração por seus pecados, recompensa por sua preguiça de trabalhar!
Mesmo que esse grande pecado nem chegue à consciência de muitas delas, porque, para seu próprio “enaltecimento”, elas não querem considerá-lo como pecado diante de si mesmas, isso nada altera no fato de que no efeito permanece sempre apenas aquilo, que realmente é, não, porém, como o ser humano pretende fazer crer a si mesmo e a outrem.
Os seres humanos são diante de Deus apenas pecadores, visto que se opõem às Suas leis primordiais da Criação, com procedimento intencional ou teimoso, porque não alimentam nem tratam os corpos a eles confiados, assim como é necessário, para nos corpos desenvolver aquela força, que os torna aptos a proporcionar ao espírito uma base forte na Terra, um instrumento sadio e vigoroso para a defesa e a assimilação, para, como escudo e espada, poder ao mesmo tempo servir poderosamente ao espírito.
É apenas uma conseqüência da doença dos cérebros querer investir contra as leis da natureza, para deste modo se destacar, se evidenciar; pois uma pessoa sadia jamais imaginará ser capaz de poder desviar, sequer pela espessura de um fio de cabelo, ou melhorar a vontade de Deus nas leis primordiais da Criação, sem prejuízo para si mesma.
Como parece tolo, pueril e caprichoso, ou ridículo, quando uma pessoa se instala por todo o seu tempo de vida em uma árvore oca ou deixa enrijecer completamente um membro do corpo, dilacera-se ou se suja!
O ser humano pode se esforçar como quiser para descobrir um motivo, que resulte em uma justificativa ou mesmo em apenas um sentido para isso, é e permanecerá um crime contra o corpo a ele confiado, e com isso um crime contra a vontade de Deus!
A isso pertencem também os inúmeros mártires da vaidade e da moda!
Não presteis mais atenção a tais pessoas! Vereis como se modificam depressa, quão pouco profunda é a convicção.
Um fanático perece por sua própria obstinação! Não vale a pena entristecer-se por ele; pois tal espírito humano jamais tem valores a apresentar.
E como milhares dessa maneira pecam gravemente contra o seu corpo terreno e se voltam com isso criminosamente contra a vontade de Deus, exatamente assim é procedido milhares de vezes também contra a alma!
Grande é, por exemplo, o número daqueles que vivem permanentemente sob o constrangimento, por eles mesmos criado, de serem os desprezados no mundo. Deserdados da felicidade, desconsiderados pelos seus semelhantes, e tantas coisas mais. Nisso, porém, eles próprios apresentam pretensões totalmente injustas aos seus próximos, atuam cheios de inveja de modo destrutivo sobre seu ambiente, e carregam-se com isso somente de culpa sobre culpa, como pesado fardo. Constituem os vermes, que têm de ser esmagados no Juízo, para que entre os seres humanos possa habitar finalmente paz serena, alegria e felicidade.
Contudo, não só atormentam seus próximos com os caprichos, mas sim ferem com isso os próprios corpos da alma, da mesma forma como os fanáticos religiosos causam danos a seu corpo de matéria grosseira. Desse modo, infringem especialmente a lei divina, ao ferir, sem consideração, todos os invólucros indispensáveis confiados a seu espírito, de maneira que eles não podem ser utilizados pelo espírito com saúde vigorosa e força plena.
Longe vão, pois, as conseqüências de tal atuação dos que violam os seus corpos terrenos ou anímicos! Atingem os espíritos, tolhendo-os, prejudicando o seu inadiável e indispensável desenvolvimento, podendo mesmo levar à decomposição eterna, à condenação. Mas todos eles, mesmo na queda, ainda terão a ilusão de com isso sofrer uma injustiça!
No fundo, porém, são apenas criaturas desprezíveis, indignas de poderem se alegrar!
Portanto, não lhes prestai atenção e evitai-os; pois não merecem sequer uma boa palavra!