Ressonâncias da Mensagem do Graal 1

de Abdrushin


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43. Peregrina uma alma...

Expliquei nas duas últimas dissertações os acontecimentos ligados diretamente à existência terrena dos seres humanos nos planos da matéria grosseira mediana, denominada até agora de plano astral por aqueles, que disso têm conhecimento.

Além dos acontecimentos ali mencionados, existem ainda muitos outros, que também pertencem aos campos de atividade dos enteais. Mas como esses tipos de atividades só entram indiretamente em contato com as almas humanas, queremos por hoje ainda silenciar a esse respeito e tratar primeiramente do que está mais próximo: a própria alma humana em ligação com o que já foi explicado.

Acompanhai-me, portanto, em um breve trecho no caminho, que uma alma tem de peregrinar após se desprender do seu corpo terreno. Nisso, vamos observar os primeiros passos.

Encontramo-nos na matéria grosseira mediana. Diante de nós vemos os fios do destino com espessuras e cores diversas, dos quais falamos nas últimas dissertações, quando observamos a atuação dos pequenos enteais. Desliguemos uma vez tudo o mais; pois na verdade, bem junto e entrelaçando-se, existe muito mais no trajeto do que apenas esses fios. Tudo na mais rigorosa ordem, vibrando de acordo com as leis da Criação. Porém, não olhemos nem para a direita nem para a esquerda, mas, sim, permaneçamos apenas com esses fios.

Aparentemente, esses fios se movem apenas de leve, sem atividade especial; pois são aqueles que foram fiados já há tempo. De súbito, um deles principia a estremecer. Estremece e movimenta-se mais e mais, incha, intensifica a cor e começa a tornar-se mais animado em tudo... Uma alma desprendeu-se do corpo terreno, a qual está ligada a esse fio. Aproxima-se do lugar onde estamos aguardando.

É uma cena parecida como em uma mangueira de bombeiro, na qual de repente é bombeada água. Pode-se observar exatamente o caminho da água que se aproxima, como ela vai avançando mais e mais na mangueira. Assim é o processo com os fios do destino que chegam ao resgate, quando a alma tem que peregrinar pelo caminho assim traçado. A irradiação do espírito na alma adianta-se a ela e vivifica o fio de seu caminho, mesmo que tal fio até então tenha atuado apenas de modo fraco. Nessa vivificação se reforça a tensão e puxa a alma mais energicamente para o ponto, onde se encontra a próxima ancoragem desse fio.

Nesse lugar de ancoragem há um formigar de espécies congêneres desses fios, que estão ligados a almas, que ainda se encontram na Terra em corpos terrenos de matéria grosseira. Outras almas, por sua vez, já se encontram nesse lugar, depois de terem se desligado da Terra e agora devem saborear aqui neste lugar os frutos, que amadureceram pela atuação e pelos cuidados dos pequenos enteais, segundo as espécies dos fios, que agem como cordões de sementes.

As formas desses frutos são, neste lugar, de uma espécie bem determinada e uniforme. Suponhamos que seja um lugar de inveja, que na Terra é tão difundida e que tem entre os seres humanos terrenos um solo excelente.

Por isso também o lugar de ancoragem desses fios é imensamente grande e variado. Uma paisagem junto à outra, cidades e aldeias com as correspondentes atividades de toda sorte.

Em toda parte, porém, espreita de modo repugnante a inveja. Tudo está impregnado disso. Ela tomou formas grotescas, que se movem e atuam nessas regiões. Atuam em todas as almas, que são atraídas para esse lugar de modo mais acentuado e forte, para que as almas ali vivenciem em si mais fortemente aquilo, com o que importunaram os seus próximos aqui na Terra.

Não vamos nos ocupar com descrições pormenorizadas desse lugar; pois é constituído de espécie tão múltipla, que uma imagem fixa disso não é suficiente para proporcionar sequer a sombra de uma noção. Mas a expressão repugnante é uma denominação suave e muito atenuada para tudo isso.

Para aqui conduz o fio que estávamos observando e que vimos tornar-se de repente mais móvel, de cor mais intensa, mais viva, com o aproximar da alma que se desligou da Terra.

À medida que a alma se locomove agora para aquele lugar, também lá, em um bem determinado ponto, onde o fio está firmemente ancorado, tudo se torna gradualmente mais móvel e colorido, denominemos calmamente de mais animado. Tudo lampeja.

Esse reanimar parte de modo totalmente inconsciente do espírito da alma; provém da sua irradiação, mesmo que essa alma, como na maioria dos casos, percorra o caminho com os olhos ainda fechados. No local, ela desperta então , onde com a sua aproximação, devido à irradiação, o ambiente acabara de se tornar mais animado; pois são os frutos daquele fio, ou talvez também de diversos fios, que se acha ou se acham ligados a essa alma, visto que foram gerados por ela.

Devido ao tornar-se vivo da alma em questão na própria irradiação, o espírito inerente a essa alma imprime ao seu novo ambiente, que já o aguardava, um determinado cunho bem pessoal, que é sempre diferente do das outras almas. É, com isso, por assim dizer, sempre para cada alma um bem determinado mundo para si, muito embora tudo esteja entretecido junto, reciprocamente também se moleste até o fastio e tudo possa ser considerado como um único, enorme plano comum.

Disso também decorre que o vivenciar, que nesse lugar tantas almas têm simultaneamente e em última análise também de forma idêntica é, apesar de tudo, vivenciado e experimentado por cada alma individual sempre apenas segundo sua própria espécie! Que, portanto, cada alma recebe disso uma impressão completamente diversa do que as outras almas, as quais têm que experimentar a mesma coisa junto com ela. Sim, mais ainda, também o verá de maneira diferente do que uma segunda ou terceira alma, que tem diante de si o mesmo quadro.

Imaginai uma vez o seguinte. Uma alma acorda em tal lugar. Esse lugar ou esse plano apresenta uma imagem bem determinada em sua formação e em tudo, quanto nele se move. Também os acontecimentos nele podem ser denominados de homogêneos, porque também eles estão sujeitos a uma única, grande lei, e nela se efetivam.

Esta alma por nós imaginada vê agora as outras almas, que já se encontram lá ou as que estão chegando lá depois dela, vivenciarem a mesma coisa que ela própria é obrigada a vivenciar. Ela, porém, vê isso de si e das outras de uma bem determinada maneira, própria somente a ela, e o vivencia também de modo correspondente.

Disso não se deve tirar a conclusão de que também as outras almas vejam e vivenciem tudo exatamente como essa uma alma mencionada por nós; pois não é assim, porém cada uma dessas almas o vê e vivencia de acordo com sua própria maneira pessoal, bem diferente do que as outras! Vêem os acontecimentos de maneira diversa, bem como as cores e as paisagens.

Isso acontece porque a irradiação do próprio espírito dá ao ambiente ali também a expressão pessoal, correspondente apenas a esse determinado espírito, animando-o, portanto, de acordo com a sua espécie. À primeira vista, isso deve parecer-vos muito estranho.

Mas posso, talvez, dar-vos alguns exemplos semelhantes, embora mais grosseiros da pesada matéria grosseira da Terra, que vos propiciarão uma noção disso para melhor compreensão.

Tomemos duas pessoas e façamo-las visitar um bonito parque. Será raro que ambas, sem especial combinação, assinalem o mesmo ponto como sendo o mais belo, mesmo que passeiem juntas pelo parque. Cada qual acha bela para si uma coisa diferente. Uma delas talvez nem ache nada bonito, embora o diga apenas por cortesia, enquanto prefere a selva ao bosque bem tratado.

Soluciona-se isso simplesmente ao dizer que uma das pessoas não tem “sensibilidade” para aquilo, que a outra declara ser belo. Nisso, porém, reside uma certa sabedoria. A “sensibilidade” de uma segue simplesmente uma outra direção! Por isso também o quadro lhe parece diferente do que à sua acompanhante.

Para o reconhecimento de um quadro, na maneira como se olha, é decisivo o sentido puramente pessoal ou a direção do sentido daquele, que o observa, e não o quadro contemplado ou a paisagem em si. Um o vivencia de maneira diferente que o outro.

Isso, que aqui em uma tal maneira se manifesta de modo lento, nas camadas facilmente móveis da materialidade é mais animado, mais intenso. E assim acontece, que um mesmo lugar com acontecimentos similares provoca um vivenciar diferente das almas individuais, conforme sua maneira peculiar.

Podemos, no entanto, penetrar mais profundamente nesse tema.

Tomemos novamente duas pessoas como exemplo. Na infância é lhes mostrada uma cor e explicado que essa cor é azul. Cada uma dessas duas pessoas considera então esta bem determinada cor por ela vista sempre como sendo azul. Mas com isso não fica provado que ambas vejam essa determinada cor também da mesma maneira! O contrário é o caso. Cada pessoa vê na realidade essa cor, por ela chamada de azul, de modo diferente do que a outra pessoa. Também já aqui, no corpo de matéria grosseira!

Se também examinardes exatamente os olhos de matéria grosseira e os considerardes totalmente iguais em sua constituição, então esta constituição igual não é decisiva para a determinação da maneira de ver as cores. Para isso ainda participa o cérebro e, além disso, como o principal, a maneira pessoal do próprio espírito humano!

Vou tentar ampliar esta explicação. Continuemos com a cor azul. Vós próprios tendes perante vós uma bem determinada cor, que outrora vos foi mostrada como sendo azul, com todos os seus matizes. E se o vosso próximo, que foi instruído da mesma forma, ao ser interrogado por vós a respeito, indicar também entre todas as cores sempre a mesma cor, que vós próprios denominais de azul, então isso não é nenhuma prova de que ele veja essa cor, a que ele também denomina de azul, exatamente como vós!

Pois para ele justamente essa bem determinada espécie é azul. Como ela na realidade lhe parece, não sabeis. Ele naturalmente considera e tem que definir como azul tudo quanto apresenta essa cor por ele vista e designada como tal, como também denominaria o branco de preto, se assim lhe tivesse sido indicado desde o início. Dirá sempre que uma determinada cor é azul, a qual também vós denominais de azul. Mas, apesar disso, ele não a vê da mesma maneira que vós!

Não é diferente com o som. Um determinado som, que ouvis, é para vós, por exemplo, um “mi”. Para qualquer um! Porque aprendeu a ouvi-lo e designá-lo assim. Forma-lo-á assim também com a boca. Mas sempre de acordo com o seu próprio sentido, que naturalmente sempre produzirá o mesmo som para aquilo, que também para vós é um “mi”. Mas de forma alguma fica com isso afirmado que ele realmente o ouve assim como vós o ouvis. Contudo, na realidade, escutá-lo-á sempre segundo a sua espécie espiritual, diferente que o seu próximo.

Chego agora àquilo, que desejava explicar. A cor é em si estabelecida na Criação e cada uma por si inalterável, igualmente o som. Mas o vivenciar dessa cor e do som é diferente em cada ser humano, de acordo com a sua própria espécie. Isso não é uniforme!

E à vivência pertence também o ver, seja de matéria grosseira, em suas espécies diferentes, ou de matéria fina, enteal ou espiritual. Como com a cor e o som, assim também é com a forma.

Cada um de vós vivencia o seu ambiente de maneira diferente, o vê e escuta-o diferente do seu próximo. Vós apenas vos acostumastes a encontrar denominações uniformes para isso, às quais, porém, falta vitalidade! Comprimistes com isso o que é móvel em formas fixas e pensais que com essas formas fixas do vosso idioma tem que paralisar para vós também todo o movimento na Criação!

Isso não é assim. Cada ser humano vive e vivencia totalmente de acordo com sua própria maneira! Assim, ele também um dia verá e reconhecerá o Paraíso de maneira diferente do que seu próximo.

E, contudo, se um deles delineasse um quadro daquilo, assim como ele o vê, então os outros logo reconheceriam e veriam no quadro como certo aquilo, que eles próprios vivenciaram como sendo o Paraíso; pois vêem o quadro novamente à sua própria maneira e não assim como aquele, que o reproduziu.

A coisa em si é sempre a mesma, só o modo de ver dos espíritos humanos é diferente. Cor é cor; mas ela é captada diferentemente pelos espíritos humanos. Som é som, e forma é forma, em toda a Criação de uma maneira bem determinada; os espíritos humanos individuais, porém, vivenciam-nos de modo diverso, sempre de forma correspondentemente diferente de acordo com sua maturidade e sua espécie.

Assim sucede também que uma pessoa pode de súbito vivenciar a primavera e todo despertar da natureza de maneira totalmente diferente do que aconteceu durante decênios, de tal modo, como se até então nunca a houvesse observado direito ou “desfrutado”. Isso ocorre especialmente quando o ser humano teve que passar por algum momento crítico incisivo, que o fez amadurecer interiormente!

A natureza e a primavera já sempre foram assim; mas ele se transformou, e de acordo com o seu amadurecimento vivencia-as agora de maneira diferente!

Tudo apenas depende dele mesmo. E assim é com toda a grande Criação. Vós, seres humanos, é que mudais, não a Criação! Por isso também poderíeis ter o Paraíso já aqui na Terra, se vós em vossa maturidade estivésseis de acordo. A Criação pode permanecer a mesma, vós, porém, vós e sempre de novo apenas vós tendes de transformar-vos, para -la diferentemente e com isso vivenciá-la diferentemente. Pois o ver, ouvir e sentir pertence ao vivenciar, é uma parte disso.

Assim, sucede também que o mundo é visto e vivenciado pelos espíritos humanos de milhões de maneiras diferentes. Tais diferenças, porém, são somente introduzidas pelos seres humanos; pois a própria Criação tem em si formas básicas muito simples, que se repetem sempre, que são formadas segundo uma lei uniforme, amadurecem e decompõem-se, a fim de ressurgir novamente nas mesmas formas. Tudo quanto realmente existe é simples, porém esse simples é vivenciado pelos seres humanos em milhares de maneiras.

Com tal saber agora já vos aproximais mais do acontecer, pelo qual passa a alma, quando está separada da matéria pesada da Terra. Conforme ela está constituída em si, dessa maneira vivencia o assim chamado Além; pois ela vivifica através de sua própria irradiação as formas, que a ela tiveram de ser ligadas, vivifica-as à sua própria maneira, a qual nisso tem que se exaurir!

Que ela possa chegar com isso ao reconhecimento, se aquilo, que criou para si, foi certo ou errado, isto é, que caminhos percorreu, permanece um ato especial de graça por si. Um daqueles atos, que o Criador incluiu em tudo, para que a alma, que luta, disponha sempre de âncoras de salvação, em todos os lugares e em todos os tempos, a fim de novamente sair das confusões e, mediante legítima boa vontade e oportuno reconhecimento, não ter de se perder.

O múltiplo valor de necessidade de tudo aquilo, que existe na Criação, dá de alguma maneira, mesmo no maior caos causado pelos seres humanos, sempre a possibilidade de tornar a ascender. Se a alma reconhece e utiliza essas possibilidades é assunto dela, exclusivamente. As bóias de salvação estão aí! Basta que ela as agarre com boa vontade, para nelas se reerguer. —

Com a modificação de seu modo íntimo de ser o ser humano, portanto, também vê tudo de modo diferente, assim já afirma a voz do povo. Não se trata, porém, de mero ditado, mas, sim, o ser humano enxerga então também de fato realmente tudo de modo diferente. Com a modificação interior altera-se em certo grau o seu ver e o seu ouvir; pois o espírito vê, escuta e sente através dos respectivos instrumentos nos diversos planos individuais, e não o olho de matéria grosseira ou de matéria fina em si. Se o espírito se transforma, transforma-se com ele a maneira de ver e com isso também a maneira de vivenciar. Os instrumentos não exercem nenhum papel nisso; são meros intermediários.

A irradiação do espírito absorve as resistências, com que se depara, e as conduz de volta ao espírito em uma espécie de reciprocidade. A recondução nesta matéria grosseira pesada ocorre através dos órgãos de matéria grosseira para isso criados, como os olhos, os ouvidos, o cérebro. O cérebro é nisso o ponto de concentração das informações de todos os órgãos subordinados.

Somente mais tarde falaremos sobre isto ainda mais pormenorizadamente.

Hoje procuro apenas esclarecer-vos com isso que a espécie da impressão do mundo exterior, portanto do ambiente, depende do próprio respectivo espírito! Por esse motivo, uma mesma forma atua sempre diversamente sobre os espectadores individuais, mesmo que eles sejam unânimes em relação à sua beleza. E se uma pessoa vê uma determinada forma de modo diferente do que seu próximo, então, ao desenhar, a forma vista por aquela tem que resultar para o outro em uma imagem exatamente igual à própria forma.

Nesse ponto, portanto, tudo deve convergir novamente em um; pois somente o modo de ver é diferente, não a forma real.

Os seres humanos criaram para cada forma uma denominação uniforme. Mas a denominação para isso é uniforme, não, porém, o modo do reconhecer ou do ver!

Também nisso andastes errados até agora em vossas concepções. Mas, se procurardes aproximar-vos desses pontos novos a vós mostrados da vivência no chamado Além, muita coisa tornar-se-vos-á mais clara. Muita coisa conseguireis compreender mais facilmente, quando eu prosseguir agora com os meus esclarecimentos, e muitas coisas inexplicáveis clarear-se-ão.

Naquilo, que vos foi mostrado, reside também a razão de duas ou mais pessoas de faculdades mediúnicas poderem ver, ouvir e reproduzir de forma totalmente diferente a mesma coisa, sem que se tenha o direito de censurá-las a respeito; pois vêem-na segundo sua maneira e por isso sempre diferente do que a outra. A própria coisa aí tratada, porém, é somente de uma bem determinada espécie. E apenas quem aprendeu a contar com esses acontecimentos no conhecimento das leis da vontade divina na Criação, também sabe encontrar exatamente a correlação oriunda das diversas descrições e com isso reconhecer o certo, como realmente é.

Vós, porém, procurastes comprimir a Criação e vós próprios em formas rígidas e fixas através do idioma com que vos fazeis compreender. Isto vós jamais conseguireis; pois a Criação é móvel, como também a vossa vida interior. Se, contudo, procurais meditar sobre isso, então pensais com as palavras fixas do vosso idioma!

Raciocinai, pois, como isso é absurdo. O idioma de formas fixas nunca será suficiente para reproduzir direito o que é móvel!

Nisso, o impedimento para vós é novamente o intelecto, que só pode atuar por meio de bem determinadas palavras e que também só é capaz deassimilar bem determinadas palavras. Nisso vedes como vos acorrentastes e vos escravizastes com isso, ao considerardes o intelecto como o mais elevado para o ser humano, ao passo que ele só é útil e utilizável na pesada matéria grosseira desta Terra. E também nisso somente em proporção restrita, não em tudo. Reconheceis assim pouco a pouco quão pobres são, na realidade, os seres humanos de intelecto.

Por essa razão já clamei para vós diversas vezes, para que procureis assimilar a minha Palavra, a Mensagem da Luz, de tal forma em vós, que ao lê-la surjam imagens diante de vós! Pois somente em imagens podereis compreendê-la, não com as pobres palavras desses seres humanos terrenos, as quais eu sou obrigado a utilizar para vos falar dela.

Com palavras nunca aprendereis a compreender a Criação, também não aquilo, que está dentro de vós, porque tudo isso é móvel e assim tem que permanecer, ao passo que as palavras somente comprimem tudo em formas fixas e rígidas. E isso é impossível, um esforço completamente inútil em tudo e para tudo o que é móvel. Com palavras não vos poderá advir uma compreensão disso!

Tão logo, porém, a alma se desfaz de todo o peso terreno desse corpo terrenal, ela entra na mobilidade da Criação. Ela é puxada para dentro do flutuar e fervilhar contínuo e vivencia então de maneira bem mais móvel os seus ambientes, que mudam muitas vezes nos resgates, que esperam por cada alma, para os quais ela é atraída pela vivificação de todos os fios que nela pendem.

E tudo isso novamente está atuando reciprocamente. Quando a alma se retira do corpo terreno, quando dele se afasta e abandona-o, portanto, não o irradia mais, então suas irradiações, que com o libertar-se se intensificam mais ainda seguem depois somente nessa uma direção com toda sua força para a matéria grosseira mediana, na qual os fios do destino se acham ancorados o mais próximo.

Com isso, estes recebem uma vivificação muito mais forte, provocada pela irradiação da alma, agora dirigida para essa uma direção, e nessa vivificação se reforça também a capacidade de atração deles que, retroagindo, atinge a alma ligada e a atrai com maior intensidade. Tudo isso são acontecimentos espontâneos, totalmente de acordo com a lei e, por conseguinte, também totalmente naturais, que também por vós são facilmente compreendidos, se procurardes imaginá-los.

Assim a alma é puxada em seu caminho pelos cordões que ela própria vivifica por meio de suas irradiações, as quais ela não pode reter nem evitar. E com isso ela vai ao encontro de sua purificação ou de sua destruição. Tudo sempre novamente por meio de si mesma. Os enteais apenas formam e constroem segundo a lei. A vivificação das formas e os resgates são criados pelas próprias almas através de suas irradiações. E correspondendo a esta espécie das irradiações, as formas, vivificadas de tal maneira diferente, atuam então também com maior ou menor força retroativamente sobre a alma.

Também aqui vale o ditado: assim como gritardes na floresta, da mesma maneira ecoa para fora. Neste caso é assim: conforme irradia para as formas, assim elas serão vivificadas e atuam correspondentemente. Reside em tudo isso uma grande simplicidade de conformidade com a lei e uma justiça imutável! —

O que nisso acabei de vos descrever vale tão-somente para os espíritos humanos; pois está inserido na atuação do livre-arbítrio. Com os enteais, por sua vez, é diferente! —

Deixai esses acontecimentos surgirem vivos diante de vossos olhos. Esforçai-vos nisso; pois vale a pena e vos trará reciprocamente rica recompensa. Com isso, mais uma vez tornar-vos-eis cientes de uma parte desta Criação. —

Assim foi o processo de até agora, que eu vos relatei. Agora, porém, ele irrompe como um relâmpago da Luz! Força divina entra súbita e inesperadamente nos fios do destino de todos os seres humanos terrenos bem como também de todas as almas, que se encontram nos planos da Criação posterior.

Devido a isso chega agora tudo direta e inesperadamente ao remate final! Os enteais serão revigorados para inaudito poder. Voltam-se em sua atuação contra todos os seres humanos, os quais mediante seus atos e comportamento forçaram-nos até agora a formar coisas feias, obedecendo às leis da Criação. Agora, porém, a força de Deus está acima de toda a vontade humana na Criação inteira, a vontade de Deus, que só deixa formar o que é puro, bom e belo, e aniquila tudo o mais!

A força de Deus também já penetrou na Criação posterior, para agora agir aqui mesmo, e todos os enteais, apoiados por essa força suprema, pegam depressa com alegria e orgulho nas inúmeras malhas do tecido de todos os fios do destino dos seres humanos, a fim de, jubilando, dirigi-los para o seu fim!

Obedecendo ao mandamento da Luz, eles rompem os fios, que apenas estão ancorados fracamente no espiritual, para que as almas fiquem completamente desligadas da Luz, quando os cordões escuros retornarem pesadamente sobre seus autores com tudo quanto neles pende!

Mas também o romper desses fios ocorre de uma maneira bem consentânea com a lei, para o que é determinante a espécie dos próprios seres humanos; pois os enteais não agem de modo arbitrário.

A força da Luz divina penetra agora como relâmpago em todos os fios! Os fios, que, correspondendo à espécie que aspira pela Luz, trazem em si semelhanças e mediante vontade realmente forte daqueles, que estão ligados a esses fios, também se tornaram suficientemente vigorosos para suportar a repentina penetração dessa inusitada força da Luz, alcançam com isso uma enorme firmeza e vigor, de modo que as almas humanas a eles ligadas são arrancadas em forte atração dos perigos das trevas, e com isso também do perigo de serem arrastadas junto à decomposição.

Fios de Luz fracos, no entanto, gerados apenas por uma vontade fraca, não suportam a repentina pressão colossal da força divina, mas, sim, crestam e nisso são desligados pelos enteais auxiliadores, com o que os que a isso estavam ligados ficam abandonados às trevas. A causa desse acontecimento natural é a sua própria frouxidão, a qual não pôde gerar os fios suficientemente firmes e fortes.

Assim, encontrais em todo e qualquer acontecimento apenas justiça! Por isso está prometido que os mornos serão cuspidos fora, conforme acontece literalmente por parte da Luz.

Todos os auxiliadores enteais, grandes e pequenos, ficam agora liberados de, em cumprimento da lei, ter de produzir o que é trevoso sob a pressão do querer malévolo ou errado dos seres humanos. E das trevas, que foram separadas, será simultaneamente retirado ainda tudo o que é enteal pela força da Luz, à qual eles, em jubilosa alegria, unem-se estreitamente, a fim de agora formar e conservar o desejado pela Luz. Nisso eles se revigoram em nova força, a fim de, juntamente com toda a Criação, vibrar no murmurante acorde no meio da flutuante Luz de Deus!

Honra a Deus, Que somente semeia amor! Amor também na lei da destruição das trevas!

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