Por que vós, criaturas humanas, quereis espiritualmente sempre algo diferente daquilo, que vos é realmente necessário e útil! Qual uma grave epidemia esta esquisita particularidade atua devastadoramente entre todos aqueles que procuram.
Pouco adiantaria se eu quisesse vos perguntar a esse respeito; pois não podeis prestar conta a respeito, mesmo se vos esforçásseis em refletir dia e noite sobre isso.
Observai-vos somente uma vez com toda calma, examinai as perguntas, que se tornam vivas dentro de vós, segui o curso de vossos pensamentos, para onde ele conduz. Em breve, reconhecereis que na maior parte sempre se trata de tais regiões, que vós jamais ireis atingir, porque se situam acima de vossa origem, as quais, por essa razão, também nunca podereis compreender. Todavia, poder compreender é a condição fundamental para tudo aquilo, que vos deve ser útil!
Tornai isso claro em todo o vosso pensar, vosso atuar, e orientai-vos de acordo. Então, também tudo se tornará mais fácil para vós. Ocupai-vos, portanto, apenas com aquilo, que puderdes compreender realmente, que, portanto, estiver ancorado no âmbito da vossa condição humana.
A região de vossa possibilidade de estardes conscientes como um espírito humano é, na verdade, estritamente limitada em direção às alturas luminosas, mas nem por isso pequena. Dá-vos lugar para toda a eternidade e, com isso, também a campos de ação correspondentemente grandes.
Sem limites para vós é somente a possibilidade de vosso desenvolvimento, que se mostra no crescente aperfeiçoamento de vossa atividade dentro desses campos de ação. Portanto, examinai muito bem o que com isso vos anuncio:
O progresso de vosso aperfeiçoamento na atuação espiritual é totalmente ilimitado, para isso não há fim. Podereis tornar-vos cada vez mais fortes nisso e com esse tornar-se mais forte também o campo de atuação ampliar-se-á naturalmente sempre mais, com o que encontrareis paz, alegria, felicidade e bem-aventurança.
Também a respeito da bem-aventurança, todos os seres humanos têm feito até agora uma idéia errada. Ela reside tão-só na radiante alegria do trabalho abençoado, não acaso na preguiçosa inatividade e no desfrutar, ou, como o errado é acobertado de modo astuto com a expressão de uma “doce ociosidade”.
Por esse motivo, chamo o Paraíso humano muitas vezes também de “luminoso reino da alegre atuação”!
Não de maneira diferente pode o espírito humano obter a bem-aventurança, do que em alegre atividade para a Luz! Tão-só nisso ser-lhe-á, por fim, concedida a coroa da vida eterna, que garante ao espírito humano a certeza de poder colaborar eternamente no circular da Criação, sem perigo de cair na decomposição, como pedra de construção imprestável.
Os seres humanos, portanto, apesar da possibilidade de um constante aperfeiçoamento do espírito a eles concedido cheio graça, não podem ultrapassar jamais o âmbito de seu campo de existência na Criação, jamais derrubar os limites nela estritamente fixados para a permissão de poderem estar conscientes como ser humano. Na simples condição de não poder reside para eles a condição inteiramente natural do não ter permissão, o que sempre atua por si mesmo, mas, exatamente por isso, também se efetiva de modo intransponível.
Aperfeiçoamento reside nas irradiações do espírito que se tornam cada vez mais luminosas, o que se mostra correspondentemente na aumentada intensidade da atuação.
A luminosidade espiritual crescente, por sua vez, origina-se da clarificação e purificação da alma, quando ela, na vontade para o bem, esforça-se para cima. Aqui, uma coisa se desenvolve em severa conseqüência lógica sempre a partir da outra.
Se, de modo exclusivo, vos ocupardes seriamente com o bem, então, tudo o mais decorrerá por si mesmo. Portanto, nem é tão difícil assim. Vós, porém, em vosso querer, avançais sempre muito além e, assim, tornais o mais simples de antemão não só muito difícil, mas muitas vezes até impossível.
Ponderai que, na perfeição crescente, mesmo o irradiar mais forte de vosso espírito nunca pode modificar a sua espécie, mas, sim, apenas o seu estado!
Por isso, ultrapassagens do âmbito do limite da consciência humana jamais são possíveis, porque os limites são determinados pela espécie e não pelo estado. O estado, porém, constrói, dentro desse grande âmbito da espécie, ainda limites parciais especialmente pequenos para si, que, com a modificação do estado, também podem ser ultrapassados.
São extensões gigantescas, que se encontram nesse âmbito, mundos, que para vós também espiritualmente se perdem de vista, nos quais podeis permanecer por toda a eternidade e atuar sem fim.
Se vos ocupardes de modo intensivo e também profundo com isso, então sereis felizes!
Na minha Mensagem dei-vos a saber exatamente com o que estais ligados e o que está ligado a vós, como atuais nisso através do vosso pensar e do vosso agir, o que tendes de conseguir com isso.
No entanto, em vez de dedicar-vos ao que vos foi oferecido com toda a seriedade no sentido certo e, com isso, preencher finalmente o lugar, que o ser humano individual tem que ocupar nesta Criação, todo o vosso pensar, vosso perguntar e também o vosso desejar vai sempre de novo muito além a regiões, que o espírito humano nunca poderá atingir conscientemente.
Por isso não lhe é possível compreender realmente algo daquilo. Todo o tecer, irradiar, aspirar, em suma, todo o existir nessas regiões permanecerá eternamente incompreensível ao ser humano, muito distante. Por isso, não lhe pode trazer proveito algum, se ficar cismando a esse respeito. Apenas desperdiça o tempo e também a força, que lhe é oferecida para o seu próprio desenvolvimento necessário, e, por fim, tem que perecer como inútil.
Movimentai-vos finalmente uma vez com toda a força naquela região, que o Criador vos concedeu, para que a leveis à mais pura beleza, façais dela um jardim de Deus, semelhante ao Paraíso, que se iguale a uma prece de agradecimento tornada forma, de onde ela, jubilando, eleva-se até os degraus do trono de Deus, para, mediante ação, louvar humildemente o Criador de todas as coisas pelas ricas graças!
Criaturas humanas, quão pequenas sois vós e, contudo, quão desmedidamente pretensiosas e convencidas. Se ao menos quisésseis movimentar-vos só um pouco de maneira certa, para que, de modo límpido, vibrásseis harmoniosamente, com as leis primordiais da Criação, não atuásseis sempre apenas estorvando, como até agora, devido à vossa ignorância, então, por toda parte, onde vós colocásseis a mão, brotaria a mais rica bênção, não importando o que vos esforçásseis em empreender.
Nem poderia ser diferente, e, com a mesma inabalável segurança, com que já há muito estais agora resvalando para a decadência, ver-vos-íeis elevados pela mesma força, que vos conduz à riqueza de espírito e à despreocupação terrena.
Contudo, tendes que conhecer primeiro a vossa pátria na Criação e dentro dela também tudo quanto vos ajuda e favorece. Precisais saber como vós próprios tendes que caminhar e atuar nela, antes que possa começar o desabrochar.
Procurai primeiro sintonizar-vos uma vez terrenalmente de modo certo com as vibrações das leis divinas, as quais nunca podeis contornar, sem muito prejudicar a vós próprios e ao vosso ambiente, e apoiai nelas também as vossas leis, deixai-as originar-se delas, então logo tereis a paz e a felicidade, que vos favorece a edificação, que tanto almejais; pois sem isso todo o esforço é totalmente em vão, e mesmo a maior capacidade do mais aguçado intelecto será inútil e acarreta malogro.
Depende de vós, unicamente de vós, de cada um individualmente, e não, conforme de tão bom grado procurais vos iludir, sempre dos outros. Apenas experimentai-o primeiramente convosco, mas isso vós não quereis! Pois vos supondes muito superiores a isso ou o início vos parece assim pequeno demais e secundário.
Na realidade, porém, trata-se apenas de indolência de vosso espírito, que é capaz de vos manter afastados disso, e à qual todos vós já vos escravizastes há milênios. Vosso intelecto, que atou vossas capacidades espirituais, não mais vos pode ajudar agora, quando se tratar de curvar-se doravante perante a pura força de Deus ou perecer.
Tendes que tornar o espírito ativo, despertá-lo em vós, para reconhecer a vontade de Deus e ouvir o que Ele exige de vós; pois unicamente a Ele está submisso o ser humano desde os primórdios, e a ninguém mais, a Ele tem que prestar contas agora de tudo quanto fez na parte da Criação, que lhe foi emprestada como pátria.
E o vosso desditoso pendor, de sempre estender a mão ao que está mais alto, de almejar o que é desconhecido, em vez de vos alegrar com o vosso ambiente, como um dos vossos piores males, voltar-se-á, depondo, contra vós. O mal se originou da indolência de vosso espírito, que não pode ser confundido com o intelecto; pois intelecto não é espírito!
Também terrenalmente vós sempre procedestes assim. Em vez de, com toda a força e alegria, tornardes o vosso ambiente mais belo, aperfeiçoá-lo e estimulá-lo para plena florescência, quereis muitas vezes sair dele, porque assim vos parece mais cômodo e promete sucesso mais rápido. Vós quereis separar-vos dele, para encontrar uma melhoria desejada, já que, em todo o desconhecido, simultaneamente também esperais melhoria, embelezamento!
Procurai primeiro uma vez, aproveitar de modo certo o que vos foi dado! Nisso encontrareis milagre após milagre.
Porém, para aproveitar algo de modo certo, também é necessário conhecê-lo primeiro profundamente. E isso vos falta absolutamente. Fostes sempre sobremodo indolentes para reconhecer a vontade de vosso Deus, que se vos torna visível de modo claro e nítido a partir da Criação.
Preciso sempre de novo tocar na velha ferida, que trazeis em vós, seres humanos, da qual muitas vezes já arranquei todas as ataduras, as quais, no entanto, sempre de novo procurais recolocar cuidadosamente. A ferida, que constitui a origem de todo o mal, sob o qual tendes agora que sofrer, até vos livrardes dele ou sucumbirdes por completo, ela é e continua sendo a voluntária indolência de vosso espírito!
Muitas dentre essas criaturas humanas terrenas não mais serão capazes de se livrar do cerco mortífero do mal; pois demoraram demasiadamente para cobrar ânimo para tanto.
É natural que a astúcia do intelecto procure encobrir todo o sono do espírito, porque, com o despertar de vosso espírito, terminaria logo também o domínio do intelecto.
Só a indolência do espírito não atenta suficientemente ao que foi dado, não se dá ao trabalho de descobrir a sua beleza e de torná-lo constantemente mais perfeito, mas, sim, pensa encontrar melhoria somente na modificação, procura a felicidade em tudo, que lhe parece desconhecido.
Nisso, o ser humano não se lembra que a modificação condiciona antes o desarraigamento, e coloca então esse desarraigado em solo estranho, com o qual ainda nada sabe fazer e, por isso, comete mui facilmente grandes erros, que acarretam conseqüências graves, inimagináveis. Quem põe suas esperanças em modificações, não sabe o que fazer com aquilo, que foi dado, a esse falta a vontade sincera, bem como a capacitação, ele se encontra de antemão no terreno vacilante de um aventureiro!
Reconhecei-vos primeiramente a vós próprios de modo certo e aproveitai aquilo, que Deus vos oferece para utilização, utilizai-o de uma maneira, que também seja capaz de desabrochar, então a Terra e a planície inteira da Criação, que é dada ao espírito humano para atuação, irá e terá de tornar-se um paraíso, onde habita somente alegria, paz; pois a lei da Criação trabalhará, então, para vós com a mesma certeza com que tem de agir agora contra o vosso atuar, e ela é inamovível, mais forte do que a vontade dos seres humanos, porque repousa na irradiação da Luz primordial!
Não mais está longe a hora em que os seres humanos já terão de reconhecer que não será absolutamente difícil viver de maneira diversa do que até agora, conviver em paz com o próximo!
O ser humano tornar-se-á apto a ver, porque agora lhe será tirada por Deus toda a possibilidade de seu falso atuar e pensar de até agora.
Então terá que reconhecer, envergonhado, como se portou de maneira ridícula na correria de sua atividade, sem importância para a verdadeira vida, e como ele foi perigoso para toda a parte da Criação, que por graça lhe foi confiada para utilização e para sua alegria.
No futuro, viverá somente para a alegria de seus próximos, assim como também estes em relação a ele e não terá, invejoso, cobiça sempre apenas por aquilo, que ainda não possui. Despertará a faculdade de desenvolver a beleza de seu próprio ambiente até a mais maravilhosa florescência, de moldurá-lo totalmente de acordo com a sua espécie, tão logo o coloque na grande vibração das simples leis primordiais da Criação rica em bênçãos, as quais eu pude ensinar-lhe com a Mensagem através do amor de Deus, que, desta vez, ajuda castigando para salvar aqueles, que ainda são de boa vontade e humildes em espírito!
Se quiserdes construir, então clarificai primeiramente o vosso espírito e tornai-o forte e puro. Clarificai-o, isto é, deixai-o chegar à maturidade! A Criação já se encontra na época da colheita, com ela, o ser humano como criatura.
Ele, porém, ficou para trás, devido ao seu obstinado querer errado, ele mesmo colocou-se à parte de todo o vibrar desejado pela Luz e tem que ser arremessado para fora do circular da Criação, agora já reforçado, mais animado, porque ele, em sua imaturidade, não pode se manter nele.
A voz do povo fala mui acertadamente do espírito clarificado. Um espírito amadurecido ou clarificado pode ser mui facilmente reconhecido; pois ele se encontra na Luz e evita todas as trevas. Ele também provocará paz em seu redor devido ao seu modo de ser.
Aí não haverá mais nenhum sibilar raivoso, mas apenas serena objetividade no grande impulso de atuação alegre, ou severidade imparcial, que com afabilidade ilumina, elucidando, as fraquezas daqueles, que ainda não podem estar fortalecidos no espírito, mas que ainda estão sujeitos à fermentação, que deve provocar purificação e clarificação, ou... ruína.
Só as trevas podem sibilar raivosamente, jamais a Luz, que sempre mostra serena pureza e reflexão cheia de paz na força consciente do elevado saber.
Por conseguinte, onde quer que no ser humano ainda possa sibilar a raiva, lá ainda há fraquezas a serem extirpadas, um tal espírito também ainda pode sucumbir aos ataques das trevas ou servir-lhes de instrumento. Ele não é “clarificado”, ainda não está suficientemente purificado.
Assim vos acontece com todas as fraquezas, que tendes em vós e das quais aparentemente não vos podeis livrar, ou só sob grandes dificuldades. Na realidade não seria difícil, tão logo fôsseis capazes de finalmente lidar de forma sensata com aquilo, que Deus vos deu, de aplicar de modo certo aquilo, que já tendes em mãos e inserir-vos às vibrações das leis, cujo conhecimento já pudestes obter através da minha Mensagem. Então é facílimo, no mais verdadeiro sentido.
Deixai de ocupar-vos predominantemente com perguntas, que ultrapassam a região que vos foi designada e aprendei primeiro a reconhecer profundamente tudo aquilo, que se acha dentro de vós próprios e ao vosso redor, então a ascensão virá por si só; pois sereis elevados naturalmente pelos efeitos de vosso atuar.
Sede simples no pensar e no atuar; pois na simplicidade reside grandeza e também força!
Com isso não retrocedereis, mas, sim, progredireis e acrescentareis uma construção sólida a uma nova existência, na qual cada ser humano pode orientar-se, por não mais estar confuso e enredado, mas, sim, em todos os sentidos apreciável, luminoso e claro, enfim: sadio! Natural!
Desenvolvei-vos como seres humanos interiormente corretos, verdadeiros, e, com isso, tereis imediatamente a íntima ligação com a Criação inteira, que vos favorecerá em tudo quanto necessitardes e em tudo o que precisais para a ascensão. Em nenhum outro caminho podeis conseguir isso!
Então, afluirá para vós em rica abundância tudo quanto careceis e que vos proporcionará alegria e trará paz, de nenhuma maneira antes, mesmo que vos esforçásseis sobremaneira por isso; pois agora é chegado o tempo, em que o ser humano na Terra tem de abrir-se à Palavra de Deus, o que equivale a adaptar-se às existentes e favorecedoras leis da sagrada vontade de Deus, que conservam a Criação!
Para toda a humanidade não há outro caminho – nem outro auxílio! Ela tem de reconhecer e submeter-se ou sucumbir; pois o Juízo está aí! Nenhum ser humano será doravante capaz de aconselhar-vos e auxiliar-vos no sofrimento vindouro, senão apenas e unicamente Deus!