Deve agora, aqui na Terra, finalmente ser cumprida rigorosamente, no sentido certo, também a lei primordial da Criação do equilíbrio, desejada por Deus para a salvação da humanidade, a qual até agora não somente passou despercebida, mas até foi designada, com vaidosa cegueira, de anticristã e ignóbil.
A humanidade, com conceitos exclusivamente terrenos, procurou melhorar, nisso, mais uma vez a perfeição da vontade de seu Criador, também achou logo para essa pretensão um manto cintilante. Compaixão foi a sua denominação! Compaixão, que nada tem a ver com a misericórdia do samaritano, que outrora Jesus Cristo ensinou na parábola.
Misericórdia é grandeza de espírito, compaixão é farisaísmo!
A compaixão foi criada pelo intelecto como uma caricatura da misericórdia. Na compaixão, o ser humano, que a concede, se apraz, se admira, ou usa nisso a esperteza.
O receptor, porém, exige ou espera isso em muitos casos como algo natural por comodismo e inveja, que pode intensificar-se até o ódio.
Tudo isso, porém, é contra a lei férrea de Deus, segundo a qual somente no dar pode haver um receber! Deve haver nisso eterno equilíbrio, o qual, unicamente, produz movimento, mantém com isso a saúde e o vigor e condiciona o progresso em constante desenvolvimento, traz no verdadeiro sentido a ascensão e plena harmonia! Somente onde o dar e o receber mantiverem-se em completo equilíbrio, lá haverá também paz e felicidade! Assim é a lei de Deus, que sustenta e beneficia toda a Criação.
Toda dissonância nisso por modificação desta lei terá que acarretar a indolência do movimento necessário, imobilização, retrocesso e paralisação de tudo o que se encontra nesta Criação. Com isso, a discórdia, a doença, a morte! Nisso, por sua vez, originam-se a inveja, o ódio, o roubo, o assassínio e todo o mal, que se apresenta hoje e que aumentará até o desmoronamento de toda esperança, de todo anseio.
Nisto tem que ser feita, inexoravelmente, uma mudança de acordo com a vontade de Deus! Exclusivamente o dar condiciona o receber! Quem não está disposto a dar, também não deve ter o direito de receber, isto é, também nada deve lhe ser dado de presente! Também não a Palavra, ela quer ser conquistada! Do contrário, é doentio e jamais poderá trazer bênção, mesmo que terrenamente possa parecer assim; pois é contra a lei primordial da Criação de Deus!
Severo, duro vos parecerá no primeiro momento. Mas é justamente isso o maior auxílio, que o espírito humano pode receber, porque o obriga àquela atividade, que lhe é exigida, assim como a cada criatura na Criação. Somente pela atividade ele se desenvolve de acordo com a lei, beneficia também o ambiente e se fortalece. Em lugar disso, porém, ele cultivou até hoje, em tantos pontos, somente a indolência, que paralisa o espírito.
Portanto, no futuro nada deverá ser dado, onde não for oferecido um valor recíproco, mesmo que seja somente através de uma alegria realmente pura! Exclusivamente nisso se encontra o despertar de todos os espíritos humanos aqui na Terra, os quais, para o restabelecimento e fortalecimento, necessitam do movimento correto, assim como os corpos grosso-materiais e como tudo na Criação! Sem movimento constante dentro da pressão exercida pela Criação na força de Deus, não há nenhum progresso verdadeiro, nenhuma alegria pela ascensão e nenhuma afirmação abençoada de toda a existência!
“A Criação em sua beleza jaz estendida diante de ti, ser humano, mas movimenta-te também por ti mesmo nela, conquista o que queres possuir dela!”
Assim retumba advertindo poderosamente da Luz, como uma lei motriz sob alta pressão. E essa pressão será agora aumentada no Juízo. Quem não estiver inteiramente disposto a empregá-la proveitosamente, para sua bênção e de outros, em atividade infatigável, quem não quiser seguir junto com essa forte pressão será esmigalhado e triturado por ela, como obstáculo e como perturbador inútil!
Essa lei da incessante necessidade de movimento encontra-se já desde o começo neste Universo. O ser humano, porém, em sua vaidade, introduziu a compaixão, a fim de que ele pudesse ser admirado como doador, bem como, pelo dever de gratidão, criou para si escravos indignos da humanidade.
Dessa forma, muitos ficaram inertes na indolência crescente, tornaram-se aleijados de espírito, que somente ainda sabem invejar e odiar tudo o que os outros adquiriram. Movimenta-te, finalmente, por ti mesmo no espírito e sobre a Terra, ser humano, a fim de adquirires aquilo que necessitas, que queres possuir. Toda a facilitação nisso é veneno para ti! Torna-te débil e fraco, conduz para o comodismo acompanhado de desejos doentios, e, finalmente, para a doença física, para a decadência espiritual!
Movimento no equilíbrio entre o dar e o receber tornar-se-á mandamento inexorável do futuro, segundo a vontade de Deus! Vale para todas as situações na vida!
Não há nenhum equilíbrio, quando, através de algumas determinações ou leis, são tomadas as posses de alguém, a fim de, com isso, dar a outros! Isso é demasiadamente unilateral e doentio, falta nisso a vida, porque não vibra na lei da Criação. Os governos nunca devem dificultar a propriedade particular, mas, sim, devem favorecê-la e protegê-la. Também não devem, em situações difíceis, socorrer-se e enfiar a mão forçosamente nos bolsos de seus cidadãos, e dispor da propriedade alheia, apenas para facilitar o trabalho para si mesmos. Pois faz parte da finalidade principal de um Estado, em primeiro lugar, a garantia da propriedade livre e tranqüila de seus cidadãos.
Por si próprios, com as suas capacidades, eles têm que encontrar o auxílio nas emergências. Governos e cidadãos nunca devem ser fundidos em um só, pois são duas coisas distintas, das quais cada uma tem que permanecer saudável em si mesma, as quais, no entanto, têm que ficar sempre lado a lado, em plena harmonia, apoiando-se mutuamente.
Têm que ser como mulher e homem em um matrimônio perfeitamente saudável, ou como a atuação de todo o enteal e espiritual na administração da casa da Criação!
Os cidadãos de um Estado, mediante sua maneira de viver, devem zelar pela paz, pelo bem-estar e florescimento interno da casa, os governos devem executar as atividades para fora, para o desenvolvimento do florescimento interno e manutenção da paz, mediante ligações com outros Estados e povos.
Cada parte, por si, tem que se absorver plenamente em sua atividade, então, também não se estorvarão mutuamente, mas, sim, apoiar-se-ão.
Se os governos desenvolverem sua atuação predominantemente para fora e souberem realmente algo nesse sentido, portanto, também estejam capacitados para isso, então, como conseqüência disso, sobrevirá a paz no país por si só.
Para isso, contudo, é condição que nos seres humanos se processe uma transformação no espírito. Assim, como eles foram até agora e ainda hoje são, nunca poderá realizar-se o equilíbrio saudável, que vibra nas leis primordiais da Criação, onde exclusivamente se encontram a prosperidade e a paz; pois a humanidade inteira, com apenas poucas exceções, encontra-se ainda de modo ignorante diante dessas leis inflexíveis, razão pela qual essas leis não podem atuar em prol dela, mas, sim, a Criação inteira coloca-se contra ela. A humanidade, porém, é nisso a parte mais fraca e inevitavelmente perdedora, até que finalmente se submeta, porque tem que se submeter. Até lá, no entanto, não haverá um verdadeiro sucesso.
Então, naturalmente nem se pode esperar outra coisa, senão que, dentro do equilíbrio, para cada dar deve ser prestada também uma compensação de alguma forma. Ninguém deve considerar como natural que esse ou aquele próximo execute algo para ele por gentileza, sem que tenha que dar pelo menos uma boa palavra em troca. Uma palavra, que contém um valor também para o outro! Que não significa apenas formalidade.
Estabelecei ordem nisso, seres humanos, e só assim criareis um solo saudável para vós, que suportará uma boa edificação.
Também os assim chamados cargos honorários são nocivos. Com poucas exceções são apenas pretextos e pontes para baixa ambição, para a mania de domínio e para todos os esforços no sentido de chamar atenção e ser valorizado. Não, isso não é o certo e também não é desejado para a vida comunitária terrena, uma vez que faz surgir e fomenta somente coisas doentias. Somente por causa das poucas exceções, porém, não devem ser mantidas tantas coisas, que atraem o mal.
Também nisso a lei de Deus deve constituir a base, inalterada, sem primeiro ajustá-la aos desejos da humanidade e às suas vaidades ou fraquezas, como sempre aconteceu até agora.
Não é amor, ajudar daquela maneira, a qual se escolheu até agora na Terra; pois o amor procura fazer apenas aquilo, que constitui verdadeiro auxílio aos outros.
Deixai soprar ventos frescos, de modo forte e puro, a fim de que o que é mole e abafado seja soprado, e não deis atenção se muitas pessoas doentiamente mal-acostumadas resfriarem-se fortemente no início.