Dou-vos uma nova Lei! Uma nova Lei, que abriga todo o antigo, do qual agora deve surgir a edificação do novo ser humano, para que também as suas obras tornem-se novas, conforme é prometido.
Resulta do mandamento, o qual eu já vos dei, do qual todos os adeptos do Graal devem fazer para si o fundamento das peregrinações através da Criação, para que também na Terra permaneçam livres de carma e não atem fios, que os detêm e que conectam o espírito à materialidade grosseira.
Eu vos disse: “Permitido vos é peregrinar através das Criações por vosso desejo, tornando-vos autoconscientes, contudo, nisso não deveis causar nenhum sofrimento a outrem, a fim de satisfazer com isso a própria cobiça.”
Nada existe na Criação, que não vos seja permitido usufruir no sentido em que a Criação vo-lo dá, isto é, para a mesma finalidade para a qual foi desenvolvido. Mas não conheceis as verdadeiras finalidades em tantas coisas, e cometeis o erro de muitos exageros, que têm de acarretar dano em vez de proveito. Assim, muitas vezes, o querer experimentar, o querer conhecer e usufruir, crescendo, transforma-se em pendor, que por fim vos mantém agrilhoados, escraviza rapidamente a livre vontade, de modo que vos tornais, por vós próprios, criados em vez de senhores!
Nunca vos deixeis subjugar pelos prazeres, porém, tomai apenas aquilo, que é necessário na vida terrena para a manutenção dos bens a vós confiados e de seu desenvolvimento. Com exagero impedis qualquer desenvolvimento, indiferente tratar-se aí do corpo ou da alma. Com exagero impedis da mesma maneira como com omissão ou deficiência. Estorvais o grande processo evolutivo desejado por Deus! Tudo quanto quiserdes contrapor a esses erros, na melhor boa vontade, para equilibrar, para novamente reparar, permanece apenas trabalho mal feito, que deixa pontos de reparo de feia apresentação e que jamais podem ter o aspecto de uma obra uniforme, não remendada.
Por isso, o trabalho dos convocados no serviço do Santo Graal também não deve focalizar-se em reparar os velhos erros de até agora dessa humanidade, mas todo o seu atuar e pensar no intuir deve estar direcionado para o construir de modo totalmente novo desde a base!
Deixai calmamente afundar o antigo, porque, conforme a vontade de Deus, o antigo não deve ser reparado e modificado, mas tudo deve se tornar novo!
Na realização da promessa: “Tudo deve se tornar novo” não se encontra o sentido de transformação, mas de uma nova formação após o desmoronamento de tudo quanto o espírito humano entortou e envenenou. E como nada existe, que o ser humano em sua presunção ainda não tenha tocado e envenenado, assim, tudo tem que ruir, para então surgir de novo, mas não segundo a vontade humana, como até agora, mas, sim, segundo a vontade de Deus, que ainda nunca foi compreendida pela alma humana apodrecida no querer próprio.
Tocado tem a humanidade em tudo o que a vontade de Deus criou, todavia, não reconheceu, como teria sido a tarefa de cada espírito humano. Tocou presunçosamente, considerando-se mestre, e com isso apenas desvalorizou e conspurcou toda a pureza.
O que, afinal, conhece o ser humano sobre o conceito de pureza! O que ele já fez de modo injurioso, mesquinho da ilimitada excelsitude da verdadeira pureza! Turvou esse conceito, falsificou-o, arrastou-o aos seus baixios de suja cobiça, nos quais não conhece mais a intuição do seu espírito e segue somente os limites estreitos do sentimento, que o seu intelecto cria no efeito retroativo do pensar próprio. No entanto, o sentimento deverá tornar-se novamente puro no futuro!
O sentimento, em relação à intuição, é aquilo, que o intelecto deve se tornar em relação ao espírito: um instrumento para a atuação na vida de matéria grosseira! Hoje, porém, o sentimento está sendo degradado e rebaixado a instrumento do intelecto, e com isso desonrado. Como, com o pecado hereditário de um domínio do intelecto, já fora rebaixado, algemado o espírito, o qual tem a intuição como expressão de sua atuação, assim, naturalmente também o sentimento mais grosseiro, produzido pelo intelecto, teve que triunfar simultaneamente sobre a pureza da intuição espiritual, oprimindo-a, tirando-lhe uma possibilidade de atuação benéfica na Criação.
Este erro acarretou, evidentemente, o outro em seqüência natural. Assim acontece que as criaturas humanas, hoje, também nisso seguram apenas chumbo em lugar de ouro, sem o saber, e avaliam esse chumbo como ouro, ao passo que nem conhecem mais a pura intuição.
Como, porém, o espírito deve estar ligado com o intelecto na gradação certa, o espírito dominando, conduzindo, e o intelecto, servindo, preparando o caminho, criando possibilidades para a execução da vontade do espírito na matéria, assim, simultaneamente, também a intuição deve agir agora conduzindo e vivificando, enquanto o sentimento, seguindo a condução, transmite a atuação para a matéria grosseira. Então, finalmente, também o sentimento assumirá mui rapidamente forma mais nobre e apagará depressa, em vôo às alturas, o lastimável desmoronamento moral dos conceitos, que só pôde surgir devido ao domínio do sentimento da época atual!
Se a atuação do sentimento for conduzida pela intuição, haverá, então, em todo o pensar e no atuar somente beleza, equilíbrio, enobrecimento. Jamais um exigir, mas apenas um sagrado querer dar: isso deve ser levado em consideração em tudo, também no amor e no matrimônio.
Vós míopes, restritos considerais muitas vezes pessoas como puras, que na realidade segundo as leis da Criação pertencem às mais abjetas. Há muitos atos que vós, em vossa mesquinhez, considerais sem mais como impuros e que, no entanto, são limpidamente deslumbrantes, ao passo que muito daquilo, que vós imaginais como puro, é impuro.
A pureza da intuição eleva à altura por vós não imaginada muitos atos, os quais aqui ainda quereis conspurcar com zombaria e escárnio. Por isso, em primeiro lugar, libertai finalmente a vossa intuição para uma avaliação e ponderação acertada do bem e do mal; pois, senão, tereis que errar!
Também não penseis que “superastes” isto e aquilo em vós, enquanto não tiverdes estado em perigo e na possibilidade de ceder às fraquezas, na certeza de que ninguém saberá disso! Também fuga para a solidão não traz vantagem real a ninguém, isto é apenas uma prova de que uma tal pessoa sente-se fraca ou cansada demais para a luta, talvez também tenha medo de si própria, de cair em uma oportunidade que se oferecer.
Ser forte é diferente, mostra-se diferente. O forte segue seu caminho de modo firme e inabalável no meio de quaisquer perigos. Não se deixa derrubar, ele próprio não se desvia, mas conhece e vê seu elevado alvo, cuja consecução lhe é mais valiosa do que tudo o mais, que se queira oferecer-lhe.
Torne-se nova a criatura humana agora, em tudo, nova e, em si, forte!
Para essa nova atuação, dou-vos o meu mandamento; pois quero edificar sobre vós o novo Reino na Terra!
“Não causeis mais nenhum sofrimento ao próximo, a fim de, com isso, satisfazer uma cobiça própria!”
Tudo o que jaz nisso, vós ainda não compreendestes. É o melhor bastão para a peregrinação de uma criatura humana através das partes da Criação até o Paraíso!
Para tanto, dou-vos ainda o conselho:
“Cuidai direito dos bens confiados a vós na Terra, aos quais pertence também o corpo terreno. Nunca deixeis que prazer se torne em pendor, então, permanecereis livres de cadeias que vos mantêm embaixo.”
Na Terra devia ser condição para cada pessoa, que se esforça seriamente, que o tratamento por “tu” devesse, mutuamente, permanecer rigorosamente sagrado! Somente em casos excepcionais pode ser utilizado ou oferecido. No mundo de matéria fina, no assim chamado “Além”, isso é diferente. Lá os limites de maturidade espiritual são rigorosamente traçados e não podem ser transpostos sem mais nem menos. Lá, as verdadeiras espécies iguais convivem de acordo com a lei da Criação, e igual espécie, unicamente, dá direito ao “tu”.
Na matéria grosseira, porém, esses limites devem ser primeiramente traçados. Aqui o corpo terreno de matéria grosseira possibilita uma estreita coexistência dos espíritos de todos os graus de maturidade, como em lugar nenhum em outros planos ocorre novamente.
Por isso, traçai para o futuro um limite, cuja necessidade, cujo grande valor, por certo não podeis compreender inteiramente.
Já me referi uma vez a isso na minha mensagem, na dissertação “O beijo de amizade”. Pertence a isso o hábito disseminador de veneno de se dizer reciprocamente “tu”, rompendo e transpondo um dos mais necessários limites na matéria grosseira. Um limite que vos proporciona um apoio, que não sois capazes de avaliar.
Assim, a cada um, que se esforça para a Luz, deve tornar-se mandamento, que use de parcimônia no oferecimento do íntimo “tu” ao seu próximo. Melhor que o evite completamente!
Recusai-o, se ele vos for oferecido, salvo nos casos onde se trata de uma séria união para a vida terrena, portanto, no matrimônio! Após anos ireis reconhecer qual o valor contido neste mandamento. Fico sempre tomado de horror, quando ouço falar a esse respeito, pois conheço o mal que reside em tal costume. Todavia, nenhuma pessoa faz idéia disso. Com esse “tu” alemão, que corporifica um conceito todo peculiar, cada alma concretiza uma ligação, a qual é capaz de perdurar além do túmulo terreno!
Interligam-se com esse “tu” imediatamente determinados fios de um para o outro, os quais absolutamente não são inofensivos. Fios, que podem deter espíritos embaixo, inclusive aqueles, que seriam capazes de ascender. Pois apenas raramente sucederá que com isso se liguem dois espíritos, que tenham em si a mesma maturidade em todas as coisas, portanto, encontrem-se de fato espiritualmente no mesmo degrau.
E, onde dois, que se ligam, forem desiguais, o mais elevado é arrastado para baixo, de acordo com a lei, jamais, porém, o inferior sobe! Pois na Criação apenas o mais elevado pode descer para planos mais baixos, jamais, porém, um espírito pode dar um passo acima do lugar onde se encontra!
Em uma ligação voluntária, portanto, mais íntima, de dois espíritos de maturidade desigual, o mais elevado tem que descer, ou será retido pelo outro, que ainda ficou para trás no amadurecimento e que, devido à ligação, pende nele como um peso. Nem todo ser humano tem a força de conduzir o menos amadurecido de tal modo que este ascenda até ele. Trata-se de exceções, com as quais não se deve contar. E um desligamento total, após a ligação voluntária, não é fácil.
Nisso reside um fato, com cujo horror o ser humano terreno ainda nunca contou! Levianamente ele passa sobre esses abismos na existência terrena e fica impedido em todo caso, sem exceção, assim que transgredir a lei! É muitas vezes retido por um cipoal invisível, igualmente como ocorre com um nadador, quando mergulha em lugares que desconhece.
Chegará o tempo, em que vós ficareis livres daquele perigo que, diariamente, a cada hora exige muitas vítimas na Terra. Ficareis livres através do saber! Mas, então, também os matrimônios serão diferentes, as amizades e as demais ligações, as quais, todas, trazem em si nitidamente a expressão “ligação”. Com isso, terminarão todas as brigas entre amigos, desaparecerão as hostilidades e o mal-entendido, tudo se transformará na mais perfeita harmonia pelo cumprimento dessa lei até hoje não compreendida.
Até lá, porém, só podeis ser ajudados por um novo mandamento terreno: Sede cautelosos com o íntimo “tu”! Ele vos protege de muitíssimo sofrimento! Pode encurtar-vos uma ascensão espiritual por milênios! Não o esqueçais, mesmo que nada hoje compreendais disso. Dou-vos assim a melhor arma para evitardes cipoais de espécies fino-materiais!
Na matéria grosseira precisais mais mandamentos do que é necessário nos mundos de matéria fina, nos quais todos os espíritos humanos nem podem de outro modo do que conviver com a sua igual espécie, mesmo que essa igual espécie tenha muitas gradações e com isso apresente múltiplas formas.
No cumprimento do mandamento, vós agora vos tornais livres de um pesado, inútil fardo com que a humanidade sempre de novo se carrega.
Nisso, não tomeis nenhum exemplo no Além, que está submetido a leis mais simples. Também os do Além têm que aprender primeiro na nova era, que é prometida como a de mil anos. Não são mais inteligentes do que vós, e sabem também apenas aquilo, que é necessário saber para seu plano. Por isso, ainda terá que ser cortado o cordão para espíritas lá, onde somente traz desgraça devido a mal-entendidos e à tola presunção, que já trouxe tantas interpretações erradas de muitas coisas de valor e confundiu com isso as massas ou impediu-as de reconhecer agora a Verdade, de assimilá-la jubilosamente.
Não vos deixeis confundir, mas atentai em meu mandamento! É para vosso auxílio na Terra e poderíeis facilmente reconhecer o valor já agora, se olhásseis mais atentamente em vosso redor! No entanto, não deveis suprimir agora, sem motivo, algo já existente. Com isso, não se consegue nenhuma solução. Seria a tentativa de uma transformação errada, insalubre! Mas de hoje em diante deveis agir nisso de modo diferente, não mais impensada e levianamente. Deveis construir de maneira totalmente nova. O velho rui por si mesmo.
E se eu ainda vos disser:
“Uma pessoa nunca deve conviver com uma outra, a quem não possa respeitar!”, então tereis aquilo para vossa existência terrena, para poderdes permanecer livres de carma. Tomai isto como princípios em vosso caminho, todos vós, que quereis em verdade servir ao Graal! —
Contudo, para poder subir, tem que existir em vós a saudade do puro e luminoso Reino de Deus! A saudade disso soergue o espírito! Por conseguinte, pensai permanentemente em Deus e em Sua vontade! Contudo, não formeis disso uma imagem! Teria que ser errada, porque o espírito humano não pode conceber o conceito Deus. Por isso, é-lhe dado compreender a vontade de Deus, a qual ele tem que procurar sinceramente e com humildade. Se ele tiver a vontade, então, nela reconhecerá Deus! Tão-somente esse é o caminho até Ele!
O ser humano, no entanto, até agora ainda não se esforçou direito em compreender a vontade de Deus, em encontrá-la, mas, tem anteposto sempre somente a vontade humana! Vontade essa que se originou dele próprio, como corporificação dos desejos humanos e do instinto de autoconservação, o que está em desacordo com o vôo ascendente natural de todas as leis primordiais da Criação!
Encontrai, portanto, o caminho para a verdadeira vontade de Deus na Criação, nisso, então, reconhecereis Deus!