O sistema de classes sociais, constantemente hostilizado, e o espírito de castas têm sua origem na simples intuição do efeito de uma das leis da Criação: a da atração da igual espécie!
Foi um dos maiores erros da humanidade que ela deu muito pouca ou quase nenhuma atenção a esse atuar e, por isso, deixou surgir numerosos erros, que têm de conduzir a uma grande confusão e finalmente a um desmoronamento total!
Intuída foi a lei por todos os seres humanos, aquilo, porém, que está acima do saber puramente grosso-material, não ligado firme e diretamente com a possibilidade de sustento terreno, é considerado por eles de modo demasiado superficial e secundário. Com isso, também nunca foi reconhecido o mais importante para a base de uma vida terrena harmonicamente ascendente, menos ainda inserido na matéria grosseira por meio de assimilação certa, portanto, na vida cotidiana terrena! E tem que ser inserido na vida desta Terra, porque senão jamais poderá surgir harmonia, enquanto também apenas uma só das leis primordiais da Criação permanecer incompreendida pelos seres humanos e, com isso, ficar muito torcida ou excluída na vida da matéria grosseira.
Todos os povos antigos já haviam adotado divisões das diferentes categorias sociais ou classes culturais, porque inconscientemente reconheceram a necessidade, muito melhor ainda do que hoje.
Olhai, pois, em redor! Onde se juntam apenas algumas pessoas, sob qualquer pretexto, aí também a lei efetiva-se mui rápida e seguramente em uma forma, cuja configuração demonstra sempre o livre querer desses espíritos humanos, porque a vontade espiritual é capaz de imprimir seu cunho em todas as formas, pouco importando se essa vontade se manifesta plenamente consciente ou de modo inconsciente. Assim, a forma também apresentará sempre, visível em si, a maturidade ou a imaturidade do espírito.
Deixai uma vez que cinco pessoas ou também somente três reúnam-se sob qualquer pretexto, seja para um trabalho ou para o divertimento, rapidamente a lei de atração da igual espécie formará dois grupos entre elas, ainda que apenas na conversa ou no intercâmbio de suas opiniões. Tal fato, na constante repetição já há milhões de anos, deve pressupor um motivo, que é mais profundo do que evidenciar somente uma atuação costumeira.
Entretanto, também desse fato tão evidente tirou-se apenas conclusões inteiramente superficiais e, em relação à seriedade, levianas, demasiadamente limitadas, por terem sido formadas pelo intelecto, que sempre só pode compreender as últimas, grosseiras manifestações dos verdadeiros efeitos, mas nunca é capaz de seguir até o extramaterial, por ele próprio ter sua origem apenas na matéria grosseira. E é justamente no extramaterial que se encontra a origem de toda a força e de todas as vibrações, que atravessam constantemente as espécies da Criação.
Portanto, em tudo o que com base nessa observação foi moldado em forma pelo intelecto aqui na Terra, falta a verdadeira vida, a mobilidade! Tornou-se errado e insalubre pela rigidez do sistema grosso-material, que surgiu em cada instituição e comprimiu tudo o que é vivo em formas mortas.
Ao ser humano sucede, então, como a uma planta, que é arrancada de seu solo original e não pode mais medrar no novo solo que lhe é oferecido, porque este não mais corresponde à sua espécie. Tem de definhar, enquanto que em solo adequado teria florescido plenamente e poderia ter produzido ricos frutos, somente para proveito de seu ambiente na Criação e de si mesma para a mais pura alegria e para constante transformação da força.
Neste grande erro repousa sempre o gérmen para a ruína.
Com relação à expressão espírito de castas, não é necessário que se aponte um determinado povo; pois todos os povos o possuíram! Ele tem que se desenvolver lá, onde existem seres humanos, porém, sempre surgirá de modo errado, enquanto as leis na Criação permanecerem desconhecidas, como até hoje.
E esse modo errado tinha que provocar inveja e ódio, um impulso para romper algo existente. Esse impulso inconsciente avolumou-se de acordo com a lei até tornar-se uma onda sinistra, a qual, como florescência no fechamento do círculo dos acontecimentos, acarretou queda, por nem ter sido possível de outro modo.
Nisso se mostra como fruto o falso existente na atual estruturação do convívio humano na Terra, mostra todos os pontos onde as leis primordiais da Criação não foram observadas ou onde foram torcidas conscientemente. Tinha que chegar a esses efeitos, porque a Luz agora penetrante impulsiona também todo o errado até o grau máximo, a fim de que, então, na supermaturação, ruindo por si mesmo, ceda o terreno para a nova edificação de acordo com a vontade de Deus, a qual já desde o início foi ancorada nas leis desta Criação, não podendo ser torcida ou encoberta sem conseqüências funestas.
É a colheita de toda a semeadura, que a partir da atuação dos seres humanos foi espalhada em seu querer. A colheita de tudo o que é certo, bem como de tudo o que é errado, pouco importando se esse errado tenha se originado outrora da maldade ou somente da ignorância das leis divinas na Criação. Chega à florescência pela força aumentada da Luz e tem que apresentar abertamente seus frutos, que haverão de ser aceitos pelos causadores e adeptos, também pelos seguidores agora neste Juízo Final, como recompensa e castigo no refluir da reciprocidade!
As funestas inimizades e cisões dos numerosos partidos não são conseqüência de uma estruturação estatal errada, porém, exclusivamente a continuação da divisão errada de classes, que, em sua rigidez e torção, jamais poderia conduzir a harmonias na humanidade desta Terra!
Juntai a isso ainda a lei primordial da Criação do movimento necessário, então, reconhecereis que a classe média, cômoda e sossegada, tinha que sofrer o maior prejuízo com isso. – Era apenas o efeito da necessária lei primordial do movimento!
A comodidade anda de mãos dadas com a presunção e com a indolência do espírito: ambas tolhem o movimento espiritual da mesma forma que a fama e o poder, o que leva mui facilmente à arrogância, como tantas vezes pôde ser constatado nas classes superiores. Tudo isso tolhe, retarda o movimento espiritual, ao passo que unilateralmente favorece o trabalho do intelecto.
Trabalho do intelecto, porém, não é ao mesmo tempo movimento espiritual! Reside nisso uma grande diferença.
No entanto, a inveja e o ódio das classes inferiores penetram muito mais profundamente. Atingem em seu ardor a intuição e, com isso, o espírito. Dessa forma, aumentam o movimento espiritual, mesmo lá, onde esses seres humanos pertencem fisicamente aos indolentes!
Porém, como esse movimento, chegando até o estado febril, infringe tanto a lei primordial da Criação quanto o movimento demasiadamente vagaroso, a desarmonia tinha que irromper por fim, como ondas agitadas do mar, correspondendo exatamente ao efeito impulsionador e natural da lei primordial! Nem poderia suceder diferentemente!
Falo aqui, propositalmente, da classe social superior, da média e da inferior, porque a divisão era fundamentalmente assim. E nisso consistiu o errado. Essas classes, em si necessárias, não devem atuar acima ou abaixo da outra, mas uma ao lado da outra, cada classe de pleno valor por si, como uma espécie, que é indispensável e que deve amadurecer na Criação à plena florescência e frutificação, a fim de realizar coisas grandes, máximas, no solo de sua bem determinada espécie, o qual unicamente é capacitado para isso e que oferece as forças!
Contemplai cada uma das raças na Terra, ó criaturas humanas! Delas, muito podereis aprender. Em si própria, cada raça pode enobrecer-se, amadurecer, tornar-se grande e forte, enquanto pela mistura de duas raças serão reproduzidas apenas as falhas, as fraquezas e os defeitos de ambas as raças, que se misturaram, e, nos frutos, com apenas poucas exceções, resultam desmedidos aumentos de todos os defeitos, raramente algo de bom!
Tomai isso como advertência da Criação, orientai-vos correspondentemente em vossa vida cotidiana de matéria grosseira na Terra. Tendes aqui na Terra uma vestimenta de matéria grosseira, o corpo terreno, ao qual tendes que dar atenção; pois nisso reside aqui na Terra a reprodução da raça! Nunca esqueçais disso. Jamais podereis contornar impunemente essas leis.
No entanto, todos vós em conjunto dependeis da Terra. Cada qual tem um direito de aqui atuar e desenvolver-se. Não só um direito, como também sagrado dever! Contudo, não um embaixo do outro, mas um ao lado do outro. Prestai uma vez atenção aos sons. Cada som é completamente autônomo, permanece autônomo e não se deixa misturar. E somente quando se encontra no lugar certo, ao lado de sons de tonalidades diferentes, resultará a harmonia, que soa melodiosamente. Deslocai os sons e experimentai dispô-los de maneira diversa, então, dissonância tem que ser sempre a conseqüência, a qual, no efeito, pode intensificar-se até causar sensação de dor física e, por fim, até o insuportável.
Aprendei nisso e compreendei! Contudo, não comecei tudo novamente pelo lado errado, já no início!
Tudo quanto tentastes até agora foi contra a harmonia das leis divinas na Criação, por isso, não podíeis esperar outra coisa senão aqueles frutos, que agora vos resultarão e que amadurecem ao vosso encontro! Lançai-os ao fogo e começai novamente a semear. Somente a partir da base pode ocorrer renovação.
Agi de acordo; pois não sois capazes de torcer uma única das leis primordiais da Criação, sem conseqüentemente ter que colher grande prejuízo. Aprendei as leis e depois construí de acordo com elas, então, também tereis paz, alegria e felicidade!
Se, nisso, for considerado que por fim tudo, mas tudo mesmo, só foi erigido sobre dinheiro, sobre poder e valores terrenos, então, a calamidade atual não é nada surpreendente e o desmoronamento está condicionado de acordo com as leis da Criação!
E como sucedeu com uma coisa isolada, assim também sucede com tudo o mais que não se baseie nas leis divinas, as quais são tão facilmente reconhecíveis nas leis primordiais da Criação.
Agora tudo tem que ser impelido para o resgate final. Atiçada pela Luz, que penetra nas trevas desta Terra, tinha que seguir, por exemplo, a guerra em grande escala, em conseqüência dos contínuos preparativos bélicos com os pensamentos na guerra. O estímulo para isso foi dado somente pelo pensar humano, querer humano, precaução humana, medo humano. Com isso, o ser humano colocou as formas na Criação, as quais, impelidas pela Luz reforçada, cresceram vigorosamente até a florescência e frutificação, portanto, até a ação, tiveram que crescer, como tudo, o que na Criação agora ainda existe em formas, não importando de que espécie sejam.
Elas têm que crescer, serão erguidas e fortalecidas pela Luz para continuar existindo, se corresponderem às leis dessa força de Luz, ou ficarão somente reforçadas, para, ao vicejar, romperem-se nessa força de Luz e, desse modo, julgarem-se a si próprias, se não corresponderem às leis dessa força de Luz e, por isso, não puderem obter ligação com a mesma. Com isso, tudo o que é errado se exaure por si mesmo, ao chegar agora à efetivação de modo visível a todos, também aquilo, que ainda gostaria de ocultar-se. Daqui por diante, nada poderá abster-se sob a pressão da Luz, tem que aparecer, tem que apresentar-se à luz do dia, tem que mostrar seus frutos na ação! Para que seja reconhecido exatamente como aquilo, que realmente é. E tudo por si próprio.
Aí não ajuda mais um opor-se, nem as sutilezas do intelecto, que até agora muitas vezes puderam ter êxito na escuridão e na penumbra deste grande caos. Há de haver Luz por toda parte! De acordo com as leis fundamentais e naturais desta Criação, agora muito fortalecidas. O ser humano com seu querer nada mais representa nesta engrenagem gigantesca, a qual, novamente penetrada pela força de Deus, acelera os seus efeitos, para, ao avançar, realizar purificação e renovar-se nisso!
Não faleis, nisso, em sugestões de massas de alguns líderes; pois estas não existem em tal sentido. O processo é inteiramente diferente. Por um líder só pode ser provocada, pelos seus esforços, a homogeneidade dos pensamentos. Força impulsionadora para a exaltação para a ação, trazem unicamente os efeitos continuamente espontâneos das leis primordiais da Criação! Os seres humanos, porém, na determinação das concepções, encaram infelizmente tudo pelo lado errado, como se a força partisse do ser humano individual ou do ser humano em geral. Contudo, é o contrário! Toda e qualquer força só vem de cima!
Assim, também não poderia deixar de acontecer que surgissem lutas partidárias das mais repugnantes formas e aumentassem até o próprio desmoronamento, porque os partidos, na ignorância das leis primordiais da Criação, também se encontram sobre bases erradas, e por essa razão jamais podem ser harmonizados. Como florescência de todas as ervas daninhas na organização partidária, proliferam jornais, que envenenam com instigante falta de consciência também aquela parte desta humanidade, que inofensivamente deseja trilhar seu caminho. Os jornais procuram exceder-se uns aos outros da maneira mais desenfreada, porque têm que mostrar agora, na força que aflui da Luz, toda a sua vacuidade, todos os seus esforços errados que ocultam! E mostram-nos! Imprimem em si próprios aquele cunho de que são merecedores e que não poderão mais alterar, nem apagar, quando chegar a hora do esclarecimento para os seres humanos na própria vivência, no próprio reconhecimento!
Então, não haverá nenhum retorno, onde avançaram demasiadamente e, deste modo, eles mesmos tornaram impossível uma volta. Assim também aqui sobrevirão, devido à própria culpa, a queda e a autodestruição. Quando, porém, então, todos os partidos tiverem se exaurido pela aceleração aumentada da ação, de acordo com as leis sagradas desta Criação, então, como conseqüência seguinte, extinguir-se-á também a maioria dos jornais, por não terem mais o que oferecer aos seus leitores, quando juntamente com a inveja, o ódio e a inimizade tiverem se rompido suas bases, pois somente nesse pântano puderam chegar a uma florescência de tal espécie. Em solo bom é-lhes tirada a possibilidade de existência.
Tudo tem que se tornar novo! Mesmo as igrejas não ficarão poupadas naquilo, que até agora tem sido errado nelas. De acordo com a lei da Criação, também tudo segue agora seu caminho e não pode mais ser detido por nada: aquilo, que não estiver em perfeita consonância com as leis de Deus, que estão ancoradas firmemente, não em livros, mas na Criação, terá de manifestar-se. De conformidade com a espécie da semeadura, amadurecem agora os frutos para a colheita no fechamento do círculo dos acontecimentos de tudo quanto foi entretecido na Criação pelo atuar e pelo querer dos seres humanos, e isso equivale ao Juízo, muitas vezes prometido, antes do início de uma era nova e mais agradável a Deus!
Têm gosto amargo os frutos, os quais o atuar dos seres humanos cultivou na Criação e que a humanidade agora terá de comer, ainda que se envenene e pereça por causa disso! Durante muito tempo ela se opôs a qualquer reconhecimento, por não estar este de acordo com sua conceituação de até então.
No entanto, primeiro tudo tem que se tornar novo, antes que a ascensão possa sobrevir, como as promessas já há muito anunciam e conforme o próprio Filho de Deus já declarou outrora. Isso significa que também tudo tem sido errado.
Todavia, mentalmente indolente cada ser humano ainda continua a passar por essa realidade, mesmo aqueles, que têm essa anunciação freqüentemente na boca. Eles sabem dela, porém, não dão atenção a ela com aquela seriedade, que seria necessária para a própria salvação!
Infelizmente, tudo é considerado e interpretado sempre de tal modo, que corresponda aos desejos egoísticos ou também comodistas de cada um. E aquilo, que não lhe agrada, ou que não compreende com facilidade, isso ele rejeita na maioria das vezes ou nem sequer dá atenção, porque assim lhe é mais cômodo no momento.
Ainda não é o suficiente, que o falhar de todas as igrejas durante a guerra mundial teve que mostrar tão claramente quão pouco os seus ensinamentos estavam realmente vivos dentro dos adeptos. Eles permaneceram como palavras totalmente ocas e apenas uma forma superficial, em vez de aí se comprovar. O falhar, porém, não era culpa dos adeptos, mas das interpretações de até agora da Palavra, às quais falta todo o calor vital de uma convicção! Por isso, também não são capazes de despertar convicção.
Somente onde a convicção vive, a Palavra se torna ação e dá aos seres humanos realmente um apoio firme! O tempo da guerra e das conseqüências, porém, era, para todos os dogmas, apenas o amadurecimento até a floração. Os frutos devem se mostrar agora, os quais deixarão reconhecer exatamente a espécie da verdadeira semeadura! Com o aumento da aflição, lotar-se-ão as igrejas e os templos, todas as casas de Deus, indiferente de qual confissão, com seus adeptos e seguidores, que lá esperam encontrar auxílio naquela forma, na qual lhes foi ensinado. Com isso, todos os seres humanos ficarão sabendo, no próprio vivenciar, o que nos ensinamentos de até agora era verdadeiro e o que de errado ainda estava contido neles. Terá que se comprovar todo o legítimo, bem como todo o falso, a fim de que se apresente de forma clara perante cada um e todo o errado desmoronará velozmente no despertar pela vivência, para nunca mais poder ressurgir. Somente na vivência o ser humano aprende a discernir! Enquanto faltar-lhe a convicção do vivenciar, permanecerá em crença cega, inativa, que não traz proveito algum ao seu espírito, mas, sim, adormece-o e paralisa-o.
Ide, ó seres humanos, e vivenciai, já que voluntariamente, por meio da movimentação do vosso espírito, não mais podeis chegar ao reconhecimento da Verdade divina, porque vós mesmos mantendes continuamente fechadas as entradas para isso.
Também a vossa expressão, usada de bom grado em sua falsa concepção de até agora, perder-se-á bem rapidamente, se ainda quiserdes continuar a consolar-vos segundo o vosso sentido com palavras como: “Diante de Deus, todos os seres humanos são iguais!”
Esta expressão em si é certa, mas errada a sua interpretação de até agora! Também aqui as leis divinas da Criação nem admitem uma interpretação tão cômoda.
De fato, é certo que diante de Deus os seres humanos são iguais, sem considerar aquilo, que já deixaram para trás. No entanto, encontrar-se diante de Deus, isto é, chegar até os degraus de Seu trono, só é possível a poucos seres humanos. Nesse fato grave, contudo, o ser humano terreno não pensa, em seu hábito superficial, mas procura convencer-se de que no espírito reina uma igualdade incondicional diante de Deus. À indicação expressa nisso: “diante de Deus”, eles procuram não dar maior atenção. Tranqüilamente o ser humano passa por cima disso e apega-se somente à expressão de “igualdade” da sentença.
Sem levar em consideração, porém, que nesse ser igual diante de Deus encontra-se também uma indicação relativa à nulidade das dignidades terrenas perante todas as leis divinas, as quais, na hora do trespasse de um espírito humano do seu invólucro de matéria grosseira para o mundo de matéria fina, não fazem distinção alguma, pouco importando se esse ser humano na Terra tenha sido mendigo ou rei, sacerdote ou papa, ele é diante de Deus um espírito humano e nada mais, que tem de responder pessoalmente por cada um de seus pensamentos, palavras e ações, então, há nestas palavras ainda um sentido mais elevado.
Diante de Deus significa encontrar-se diante dos degraus do trono de Deus, portanto, no reino espiritual, no Paraíso, que está abaixo dos degraus do trono. Isso é o mais significativo nessa sentença, ao qual o ser humano, porém, não atenta. O mais difícil, porque um espírito humano na Criação somente chega diante de Deus, quando tiver se livrado de tudo quanto lhe pesava de culpa e de errado nesta Criação. Tudo, mesmo o derradeiro grãozinho de pó! Antes disso ele não pode “estar diante de Deus”!
Apesar disso, jamais verá Deus; pois ele não é capaz disso. Também é imenso ainda o abismo que o separa do lugar que se denomina “aos pés de Seu trono”. Jamais será transposto por um espírito humano. Por isso, o ser humano tem de contentar-se com aquilo, que possui. Isso já é imensuravelmente muito e mal é realmente aproveitado por ele na mínima parte!
No entanto, os espíritos humanos aqui na Terra e também todos na Criação não são de igual valor diante de Deus! Tal concepção é um erro nefasto! Primeiramente o ser humano deve, em sua maturidade e pureza, chegar a tal ponto, que possa subsistir ou estar diante de Deus, então, é-lhe permitido dizer que pode ser considerado igual aos outros que se encontram simultaneamente diante de Deus. Aquilo que ele deixou para trás já não terá importância, porque não poderá encontrar-se diante de Deus antes de tudo estar extinto, tudo anulado, o que antes nele ainda estava errado, não importando tratar-se nisso apenas de conceitos ou ações. Estará remido e resgatado, assim que se encontrar diante dos degraus do trono; pois antes não chegará até lá. Nem com astúcia, nem à força; pois as leis da Criação não o permitem.
Porém, encontrando-se uma vez lá, então, mesmo no caso dos maiores erros anteriores, será absolutamente igual, como se jamais houvesse algo errado nele! Assim deve vigorar simultaneamente também aqui na Terra, de acordo com a vontade de Deus, porém, os seres humanos não dão atenção a isso nas leis que eles próprios elaboraram para si, não se apóiam nisso na vontade de Deus, mas, sim, esperam do próprio Deus sempre mais do que eles estão dispostos a dar de si a seus semelhantes! Cristo já dissera isso outrora suficientemente claro em sua parábola do servo infiel. —
As palavras ocas, de até agora, tornam-se doravante evidentes na força da Luz! E com isso sobrevirá por si a expulsão de tudo o que até agora foi doentio e a cura. Também o que é errado será despertado para a vida e terá que mostrar seus frutos a toda a humanidade! Para que ela, nisso, chegue a reconhecer! A ira do Deus onipotente fará o mal se despedaçar por si mesmo! Contudo, somente pela inobservância das leis divinas puderam amadurecer tais excrescências e maus frutos, os quais tendes que colher hoje por toda parte, para agora saboreá-los, nisso vos libertar deles ou arruinar-vos neles!
Quando esses males tiverem se removido por si mesmos, então, os seres humanos reconhecerão, pouco a pouco, como na realidade sofreram com esse veneno. Só então respirarão libertos no ar fresco, gerado por temporais purificadores da mais grave espécie.
Hoje, contudo, ainda não chegou esse ponto. Em todas as partes ainda reina o medo! A humanidade, aliás, ainda não quer admitir isso, mas assim mesmo age impelida por esse medo; pois já se manifesta o ódio! O verdadeiro ponto de partida do ódio, porém, é o medo! O que é atacado por ódio, também é temido em todos os casos. Assim é o hábito dos seres humanos terrenos.
Somente do medo origina-se o verdadeiro ódio. Jamais da raiva, nem da indignação, que, por sua vez, gera ira sagrada. O ódio também não pode surgir de desprezo, nem de nojo.
E como o medo já inicia no ódio, então, o fim não está mais longe; pois esse medo surge agora nos seres humanos terrenos ante a pressão da Luz, da qual não podem escapar com as velhas e habituais sutilezas do intelecto que, pela primeira vez desde milênios, falha, visto ser impotente contra a vontade viva e onipotente de Deus! —
É, abrangendo a humanidade inteira, todo o acontecer, que eu vos explico. Portanto, não penseis, de modo humano, que tudo já esteja resolvido dentro de dias, semanas ou meses. É uma luta, que já se estende por anos, mas cujo fim, como sendo a vitória incondicional da Luz, encontra-se entretecido nas leis primordiais da Criação!
Seres humanos, despertai na vivência, a fim de que não tenhais de perecer nisso! Pois em breve deverá surgir uma humanidade, que vibrará conscientemente nas leis primordiais da Criação, para que o infortúnio, como conseqüência da vida errada, permaneça afastado e para que somente paz, alegria possa reinar neste plano terrestre. Para a vossa salvação, para a honra de Deus!