Onde quer que sejam apresentadas palavras oriundas da Luz a um ser humano terreno, ele, ao querer compreendê-las, adapta o sentido aos costumes terreno-humanos, arrastando assim essas palavras para o círculo restrito de suas esperanças e desejos. Embora não modifique o teor dessas palavras, rebaixa-as, todavia, porque esquece que tais palavras não provêm do sentido humano, mas sim daquela altura, inacessível a sua compreensão.
Não se esforça, porém, pelo menos nesses casos, em modificar seu modo de pensar, em tentar seguir, mais ou menos, aquele caminho por onde as palavras descem a ele, ou ao menos em colocar isso como base de sua vontade de compreender, mas sim, em sua presunção, espera simplesmente que Deus tenha de falar com ele, partindo do ponto de vista humano, se quiser comunicar-lhe algo destinado a sua salvação.
Nada adianta opor-se a esse fato, pois assim é, como se mostra diariamente, de modo constante!
No entanto, justamente isso se torna a ruína para o ser humano, pois dessa forma nunca aceitou a mão que lhe foi estendida para a ascensão, e tem de vivenciar agora em si mesmo, através da manifestação dos últimos efeitos recíprocos, que a mão, que até então deixara de lado, sem dar atenção, passando vaidosamente por ela, na ilusão do seu próprio querer saber, foi retirada.
Justamente então, quando gostaria de pegá-la, na hora de sua aflição, não mais a encontrará!
É, no entanto, de tal forma incisivo para cada ser humano, e tão importante, abandonar essa comodidade e essa presunção, que sempre de novo tenho de falar a respeito, a fim de procurar explicá-lo aos seres humanos, de tal maneira que me compreendam, pois sem essa modificação, desde a base, não são capazes de se elevarem espiritualmente de novo, apesar de procurarem iludir-se de muitas formas.
As formas, que eles próprios imaginaram, são todas erradas e têm agora de ser destruídas. Aí os seres humanos cairão em desespero, perecendo, então, doentes de corpo e de alma, caso não se dignarem sujeitar-se antes, obedientes como as crianças, à Palavra da Verdade, e, com toda a força que lhes resta, subir de novo, penosamente, degrau após degrau, pelos quais, na teimosia do querer saber melhor, resvalaram despercebidamente!
O pensar errado causado pela torção do raciocínio terreno!
É indizivelmente triste que por toda a parte justamente esse defeito principal dos seres humanos se coloque tanto em evidência em todo o seu pensar, turvando-lhes a clareza da visão.
O que quer que pensem, onde quer que examinem, sua presunção não os deixa chegar à Verdade, porque eles mesmos se encontram em terreno errado, a partir do qual nunca poderão pensar acertadamente, mesmo quando se esforçam sinceramente em prol disso.
E assim, a maior parte de todos os seres humanos cairá no abismo, sem pensar nisso e sem se aperceber disso no começo da queda.
Esse momento, porém, já está presente, não está ainda por vir. A maioria dos seres humanos, desde algum tempo, já se encontra na queda, não podendo mais impedi-la, porque chegaram tarde demais ao reconhecimento, pois não deram ouvidos àquilo que ainda em tempo poderia tê-los levado à salvação, porque dirigiram o olhar para o lado errado, na expectativa e na esperança correspondente a sua vaidade.
Quando, porém, finalmente quiserem mudar, não poderão mais alcançar a salvação, pois ter-se-á aberto nesse ínterim um abismo intransponível, enquanto eles mesmos já foram arrastados longe demais, em direção ao redemoinho aniquilador, que não os solta mais de sua correnteza absorvente.
Assim, grandes massas serão vitimas dos erros provenientes da própria vontade, porque na realidade seguiram fielmente apenas desejos pessoais, pouca atenção dando a tudo o mais.
E esse desejar pessoal, que já reina há milênios, que o ser humano tratou e cultivou com grande cuidado, encontra-se tão arraigado devido ao trato, penetrando em tudo de tal modo, que mesmo toda a melhor vontade, já ao nascer, se encontra entrelaçada pelo mal, sem que o próprio ser humano perceba algo disso.
Ele não o acredita, nem mesmo que lhe seja mostrado; julga-o impossível, no entanto aí está, sempre à espreita, irrompe de repente, impondo valia muitas vezes, justamente quando se trata de ser abnegado, como o exige o servir a Deus.
E uma vez que no Reino do Milênio somente deverá persistir o servir a Deus, como base para toda a atuação, como condição fundamental do poder existir, assim podeis imaginar o que terá de resultar disso, o que aguarda tal humanidade! É algo que mesmo o mais sério entre os que procuram ou entre aqueles que pretendem já ter encontrado, não é capaz de imaginar. E, no entanto, tornar-se-á ação, abrangendo amplamente, selecionando, julgando!
Todos vós estais incluídos, pois também vós não reconhecestes ainda a seriedade dos acontecimentos vindouros e das exigências que Deus vos impõe.
Por esse motivo, trato hoje mais uma vez detalhadamente desse assunto, pois é chegado o tempo em que tereis de comprovar-vos em tudo, inclusive nisso.
Para mim de fato já é desoladora a sempre repetida necessidade de exortar, pois apenas raras vezes encontro alguma compreensão, e vós, seres humanos, vos habituais a isso. Por acontecer tão freqüentemente, parece-vos demais conhecido, e devido a isso julgais já tê-lo compreendido. Essas palavras, porém, jazem inaproveitadas num canto bem escondido de vossa alma, esperando a ressurreição.
Não lhes dais importância, porque podeis tê-las sempre de novo, pelo menos assim pensais, e, principalmente, porque elas não vos agradam. Elas vos são incômodas, por isso parece como se vos cansassem ou como se nada de novo vos pudessem dar, e, por esse motivo, permanecendo vazios, passais por elas, para rapidamente vos desviardes a outros pensamentos. Bem sei disso. Não obstante, quero ocupar-me mais uma vez com esta necessidade de modificação, tão importante e indispensável para vós, embora acrediteis já saber exatamente a esse respeito.
Não o sabeis! Pois desse desconhecimento forneceis sempre de novo provas infalíveis.
Tomemos primeiramente a Palavra, a Mensagem! Não escolho casos isolados entre vós, pois no fundo, em todos os seres humanos, sempre de novo, com maiores ou menores alterações, é exatamente igual, mesmo que as formas exteriores se mostrem aí, às vezes, essencialmente diferentes. Essas são então adaptadas apenas às respectivas condições terrenas de cada um, ao seu grau de cultura e às suas experiências.
Excluamos daí, por completo, os zombadores presunçosos e os indolentes de espírito, pois esses de qualquer forma já se julgam por si mesmos e, para o futuro, não mais entrarão em consideração. Desses, portanto, nem precisamos falar.
Tomemos, por isso, os que procuram sinceramente a Luz e os que ainda são espiritualmente ativos.
Imaginai que um desses seres humanos entre em contato com a Palavra da Mensagem. Ela obrigatoriamente terá de tocá-lo de alguma maneira, por nem ser possível diferentemente com relação ao espírito, assim que a Palavra, que provém da Luz, chegue até ele. Cada espírito ouvi-la-á, se não estiver demasiadamente enclausurado ou já dormindo.
O ser humano intui então alegria ou pavor, aprofundar-se-á na Palavra e aí, talvez, reconhecerá. Consideremos, pois, aqueles que, em favor de sua salvação, reconhecem.
Com a penetração da Palavra ficam profundamente emocionados, sentem-se libertos, elevados. Dispostos a reconhecer os erros, a se corrigirem, pedem conselhos e força, e gostam de mencionar suas dificuldades, seja aí verbalmente ou por escrito. Dificuldades, na maioria, de ordem terrena e somente mui raras vezes de ordem espiritual. Dificuldades das quais eles mesmos são culpados, a que eles mesmos deram a causa.
E notai bem, esses são os bons, são aqueles que aceitam a Palavra e querem modificar-se! Vede vós mesmos: ao reconhecerem já vêm com pedidos, nos quais vibra a esperança da realização! É o que chamam querer servir a Deus!
Segundo sua opinião possuem a grande “boa vontade”, e o resto a força da Luz deve agora fazer. Ou... tem de fazer? Sim, segundo sua opinião, a expressão “tem” certamente está correta, isto é, conforme a opinião mais íntima! E também segundo sua expectativa, a Luz tem de auxiliar da maneira como eles desejam e imaginam! Seus pensamentos, aliás, são desejos e seus desejos silenciosos são pensamentos mal definidos, não expressos.
O melhor e o máximo que o ser humano julga poder dar ao Criador e Conservador é ajoelhar-se diante Dele e exclamar com sujeição:
“Aqui tens minha alma, Senhor. Dispõe dela a Teu agrado!”
Isso é o máximo que o ser humano é capaz de fazer, é ao mesmo tempo o mais humilde e melhor, também o certo... segundo sua opinião terrena!
Contudo, não é assim! Nesse seu proceder reside apenas comodismo e preguiça de seu espírito, que assim se expressam!
Não é Deus que quer aí ser obrigado a agir em favor do ser humano, mas sim sempre apenas o próprio ser humano tem de fazer isso para si! Terá de envidar todos os esforços para cumprir finalmente as leis de Deus! Trilhar o caminho que a Palavra da Verdade, mais uma vez, lhe indica.
Como são tolos os seres humanos e, apesar disso, tão hábeis em iludir a si mesmos quanto àquilo que tem de ser e permanecer para eles o que há de mais precioso, se quiserem poder continuar a usufruir as graças de seu Deus.
São tão horríveis os erros e desvios em todo o proceder e pensar desses seres humanos terrenos, que, temendo por eles, seria de desesperar, se não se soubesse do temporal purificador que agora soprará com a força da Luz, para salvação daqueles que ainda conservarem acesa uma pequena centelha de seu espírito, escondida debaixo dos escombros vindouros de todo o errar humano.
Tal centelha será inflamada ou apagada pelo temporal, conforme o anseio e a vontade de tal centelha.
E, apesar da gravidade dessa época, o ser humano procura ainda intrometer seus insignificantes desejos pessoais e seu saber pessoal na engrenagem da grande atuação da Criação, a fim de moldar, segundo sua mentalidade, até mesmo aquelas realizações que provêm da onipotência de Deus!
Tudo isso, no entanto, jamais querem confessar a si próprios, por preço algum! Pelo contrário, apegam-se firmemente ao pensamento de que seu falso proceder já é o primeiro passo para a transformação. E esse passo denominam de humildade, orgulham-se de sua confiança na ajuda proveniente da Luz, que solicitam e pela qual esperam.
Na realidade, porém, o nefasto desejar pessoal novamente já se imiscuiu no primeiro passo, deturpando-lhe em muito a vontade ascensional!
Os seres humanos nada disso percebem. Ficam desapontados, quando o auxílio não se lhes apresenta imediatamente de modo visível, apesar de terem lançado na balança apenas a sua “vontade” e nada mais! A “vontade” já era, para eles, a ação, que, entretanto, só dava para formar um “pedido”, o que já consideram algo especialmente grandioso.
Certamente a “boa vontade” nisso já é, no desvirtuamento atual, algo grandioso e também raro, mas não é suficiente para o cumprimento da exigência que Deus faz agora à humanidade, para a sua salvação! Somente o mais severo exigir, sem indulgências, ainda poderá trazer salvação para a humanidade, pois do contrário não despertaria, caindo logo novamente no que é velho, no errado e no comodismo espiritual.
E Deus exige! Ele exige agora de vós, antes de conceder novamente algo, porque espontaneamente não quisestes decidir-vos a usar os Seus caminhos que Ele mandou tecer para vós na Criação! E que são constituídos unicamente de acordo com Sua vontade.
A boa vontade da humanidade de nada adianta, se essa vontade não for transformada em ação. Transformada em ação pelos próprios seres humanos, antes de se apresentarem com novos pedidos perante Deus!
Isso está bem explícito na Mensagem como condição fundamental. Os próprios seres humanos têm de provar, agora, através de seus esforços ativos, o quanto levam a sério a sua própria salvação!
Somente então o Senhor os aceitará mais uma vez em Sua graça. É, porém, decididamente algo diferente, muitíssimo diferente, de como procuram imaginar, mesmo os seres humanos de boa vontade! E mais de uma vez já chamei expressamente a atenção para isso na Mensagem.
Quem não quiser cumprir, esforçar-se por si mesmo, e lutar em causa própria, esse também não merece mais auxílio!
Somente na luta e nos esforços sinceros é que vem o auxílio, através da força; do contrário, deixa de vir.
Somente na luta, na ação, cada ser humano se abre acertadamente, de forma que possa lhe fluir a força e com isso o auxílio.
A força é auxílio, se ele a aproveita, isto é, a utiliza! Contudo, nunca de maneira diferente do que em suas ações! Os seres humanos devem transformar-se e depois vir; e não devem vir, a fim de se deixarem transformar!
Como o ser humano deve se transformar, o que tem ele de fazer para isso, encontra-se explicado exatamente em minha Mensagem!
Se quiser encontrar dentro dela, encontrará, de qualquer maneira. Minha Palavra não deixa sem esclarecimentos aos que procuram, em qualquer situação de vida, seja ela qual for.
Quem então vier com perguntas, não compreendeu a Mensagem, não se inteirou dela de modo suficientemente profundo e sério. Este, por conseguinte, também não é suficientemente sério em seu procurar! Não aplica aquele esforço que é condição, se lhe deva vir auxílio. Por isso, terá de esperar também em vão por auxílio.
Gravai isso, vós que vos denominais buscadores! Encontrareis nisso uma medida para a atividade de vosso espírito, com a qual não vos podeis enganar.
O perguntar constitui comodismo daquele que tem a Mensagem nas mãos. Não é suficientemente ativo, pois do contrário não lhe restaria nenhuma pergunta.
Procurai e tereis de achar o que precisais para vós! No entanto, procurar, isto é, esforçar-vos, deveis fazê-lo de fato.
E ao esforçar-vos, encontrareis a vivência espiritual que necessitais, se quiserdes tirar proveito da minha Palavra! Pois se eu quisesse explicar-vos continuamente todas as vossas perguntas, se eu ensinasse cada ser humano durante cem anos, ele não poderia ter nenhum proveito, pois, não obstante isso, nada vivenciou!
Avançando continuamente no querer saber, jamais poderá chegar a vivenciar o que aprendeu. Cada palavra aprendida tem de se tornar primeiramente ação! Somente pela atividade, ainda que seja apenas espiritual, ela pode tornar-se propriedade de cada um!
Por esse motivo não adianta querer, sempre e sempre de novo, ouvir coisas novas de mim. Eu já falei o bastante, tanto, que toda a vossa existência terrena não será suficiente para concretizar o pronunciado dentro de vós, muito menos externamente!
Agi, pois, primeiramente de acordo com o que eu já vos disse até agora! No entanto, aí hesitais, na opinião de querer primeiro conhecer muito mais, possivelmente saber tudo, antes de imprimirdes um verdadeiro início com vós mesmos.
Dessa maneira sempre tendes de gravar em vossa mente o que é novo. Para vivenciar aquilo que já foi dito, não vos resta tempo algum. E assim perdeis tudo!
Deixai agora a correria em busca de coisas novas, pois só podeis começar com as pequenas coisas, se quiserdes cumprir tudo plenamente, assim como tem de ser.
Em toda esta Criação não há nenhuma realização sem um começo, ao qual se segue um constante crescimento, que impele para o florescimento e para a frutificação, que, por sua vez, encerra um novo processo criativo.
Assim, como vos mostrais agora, pode apenas vos resultar como sucede com o corpo terreno, que tem de tornar-se indolente, tão logo seja superalimentado! Não é possível de forma diferente. Começar com bom ânimo, pequeno e humildemente, e somente então, devagar, mas seguramente, para diante no saber!
De forma diferente nada podereis alcançar, porque tudo na Mensagem é novo para a humanidade terrena, mesmo que alguma coisa nela vos pareça conhecida. Contudo, apenas parece assim, porque procurais tratar disso com demasiada superficialidade.
Se observardes direito, no esforço assíduo de um espírito ativo, é novo!
Movimentai-vos, vós próprios, e não vinde logo com perguntas a respeito de impedimentos e fardos, sob os quais tendes de sofrer no momento. Assimilai primeiro de modo certo minha Palavra e procurai vivenciá-la dentro de vós, então tudo se modificará com acerto!
Por isso observai-vos rigorosamente e cuidai para que, no servir, vos torneis capazes de deixar o pendor para os desejos pessoais, o que naturalmente só alcançareis, quando conseguirdes reconhecer essa falta, para vós tão funesta.
Não é difícil, tão logo vos observardes, a partir da Palavra da Mensagem, com aquela implacabilidade que todo o buscador sincero, e que se esforça pelas alturas luminosas, tem de empregar contra si mesmo, se ele leva a sério sua busca e seus esforços.
Este é o primeiro e difícil passo que, sendo cumprido, tornará então todos os outros mais fáceis. Reuni apenas a força e também a coragem para dá-lo, então vos florescerão auxílios por toda a parte, sem que ainda tenhais de pedir por eles especialmente.
Chegareis então a um ponto em que, balbuciando, somente agradecereis sempre e sempre de novo a vosso Deus, enquanto que todo o pedir se tornará, por si próprio, desnecessário.
Ide e agi assim, para que em breve a paz e a alegria possam estar convosco!